15 de outubro – Dia do Professor

Data marca união e luta de uma categoria indispensável para o desenvolvimento do Brasil

O que deveria ser um dia de festas e comemorações se transformou em uma data de união e luta pela valorização do profissional. O dia do professor, que tem origem em um decreto do Imperador D. Pedro I, que criou o Ensino Elementar no Brasil, atualmente é usado pela categoria para reivindicar direitos e batalhar contra os diversos ataques sofridos.

Segundo a professora e diretora do Sindicato dos Servidores Públicos dos Municípios de Carpina, Tracunhaém, Lagoa do Carro, Paudalho, Itaquitinga, Aliança, Vicência Macaparana e Buenos Aires (SINDEMUC), Maria Mercês, a luta pelo respeito e por melhores condições não pode parar.

“Nós lutamos tanto por melhores condições, melhores salários, mas hoje nós vivemos uma triste realidade. Precisamos de um melhor espaço físico, pois não temos um espaço digno, são salas de aulas superlotadas, sem ventilação e sem infraestrutura. Os pais estão esquecendo que educação não é escola, educação se faz em família. Nós, professores, sofremos muito com as agressões físicas e psicológicas dos nossos alunos. O dia dos professores é importante, mas seria muito mais importante se vencêssemos esses problemas e se fôssemos valorizados não somente em palavras, mas também com atitudes”, declara a professora, que também é vice-presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).

De acordo com levantamentos do movimento Todos pela Educação, o Brasil tem 2 milhões de professores na Educação Básica. De cada 10 docentes, 8 são mulheres e apenas metade tem formação adequada. A idade média desses professores é de 40 anos.

Para o professor Adenir Segura, do Sindicato dos Professores das Escolas Públicas Municipais de Barueri e Região (Siproem), as ameaças sofridas pela categoria são contra a dignidade do profissional de educação, que muitas vezes não tem nem água potável para tomar na escola.

“Ouvimos algumas vezes que os professores têm privilégios, mas isso não é verdade. Somos profissionais que muitas vezes trabalham em escolas depreciadas e que mesmo assim vamos lá e cumprimos o nosso papel de educador. Estão tentando transferir a culpa, que é daqueles que não conseguem gerenciar o sistema educacional brasileiro para o professor”, explica.

Uma das principais lutas da categoria visa o respeito perante a sociedade e o governo, em todos os âmbitos. “A sociedade entrega hoje a educação dos filhos aos professores; o governo não consegue gerenciar o processo educacional e não acompanha a evolução da educação. Com isso, terceiriza a culpa do fracasso para nossa classe. As instituições, por sua vez, não conseguem acompanhar a modernidade e culpam o professor pela falta dos resultados que elas esperavam. A falta de respeito vem do aluno também, que não tem mais limite”, completa Segura, que garantiu que os sindicatos vêm atuando para amenizar estes problemas.

“Levamos aos governos os grandes problemas que os professores vêm enfrentando dentro de aula; por exemplo, a violência, a falta de material e estrutura, com o descaço do poder público e os baixos salários. Estamos organizando a categoria, promovemos debates, palestras, ações de mudanças e confrontos quando são necessários”, diz o dirigente, que vê no investimento uma solução para os problemas.

“Precisamos de mais investimento na educação, mais investimento no próprio professor, mais qualificação para que esse professor possa se sentir mais respaldado para os problemas que ele viria a enfrentar. Queremos que a profissão seja novamente reconhecida e valorizada, assim como os países desenvolvidos, em países onde o nível de educação seja expressivo”, finaliza o professor.

Compartilhe:

Leia mais
Lula critica fala de campos neto
Lula critica fala de Campos Neto sobre aumento de salários ser uma "preocupação"
Manifestação contra juros altos 30 de julho
Centrais sindicais farão ato contra juros altos: cada 1% na Selic custa R$ 38 bi ao povo
eduardo leite nova proposta servidores
Governo do RS adia projetos de reestruturação de carreiras de servidores e anuncia mudanças
Grupo de Trabalho estudará impactos da inteligência artificial
Governo cria grupo para estudar impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho
GT do G20 sobre emprego em Fortaleza
CSB em reunião do G20: temas discutidos aqui são colocados em prática pelos sindicatos
adolescentes trabalho escravo colheita batatas cerquilho sp
SP: Operação resgata 13 adolescentes de trabalho escravo em colheita de batatas
sindicam-ba filia-se csb
Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Bahia filia-se à CSB
Parceria Brasil-EUA contra calor extremo trabalhadores
Parceria Brasil-EUA pelos Trabalhadores e OIT debatem ação contra calor extremo
BNDES abre concurso 2024 veja edital
BNDES abre concurso com 150 vagas e salário inicial de R$ 20 mil; acesse edital
pesquisa jornada flexivel trabalho híbrido
Flexibilidade de jornada é prioridade para 30% dos trabalhadores no Brasil