Evento faz parte da agenda das centrais e do órgão para levar à sociedade as consequências da PEC 287 para os trabalhadores
A Central dos Sindicatos Brasileiros participou, na sexta-feira (10), da 13ª Jornada Nacional de Debates que discute a Reforma da Previdência, no Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT). O Ciclo de Debates foi lançado nacionalmente no dia 23 de fevereiro, no Sindicato dos Químicos em São Paulo.
A supervisora da seccional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Mato Grosso (DIEESE), Andreia Ferreira, coordenou o evento. A economista pontuou para a plateia de lideranças das centrais sindicais no estado e convidados, todos os desmontes de direitos apresentados pela PEC 287, que dispõe sobre a Reforma da Previdência.
Analisando os principais impactos da Reforma, a supervisora do DIEESE deixou evidente que o projeto não atende aos interesses da sociedade, em especial a população de baixa renda, ou da maioria das famílias que esperam ter um envelhecimento assegurado. Até porque, destacou Andreia, “com essa Reforma, não haverá aposentadoria, pois as pessoas não chegarão a desfrutar dela”. A economista destacou o fato de a idade mínima para a aposentadoria, proposta pela PEC 287, ser de 65 anos, enquanto a expectativa de vida de pessoas de regiões como o Nordeste é de 62 anos. Cerca de 200 pessoas participaram do evento.
Para o DIEESE, o objetivo é que as pessoas desistam da aposentadoria pública e busquem as aposentadorias privadas. “A proposta do governo é financista, atende aos interesses dos bancos. Um interesse que novamente deixa a sociedade em risco, pois, como empresa, os bancos estão passíveis de falência e de afundarem com o dinheiro dos correntistas”, diz órgão..
A CSB foi representada pelo integrante da Direção Nacional da CSB e do Fórum Sindical, Antonio Wagner de Oliveira, que destacou a importância de mobilizar e conscientizar a população quanto aos impactos da PEC 287. “A proposta do Governo Federal de Reforma da Previdência, se aprovada, vai prejudicar toda a população brasileira. A proposta aumenta o tempo de contribuição, e os brasileiros estarão condenados a trabalhar até morrer. Tudo está sendo arquitetado com base em um argumento falso, de que existe déficit na Previdência, quando na verdade a Previdência ainda é superavitária. A PEC 287 é uma proposta financista que não pensa no trabalhador”, afirmou Oliveira.
As lideranças das centrais sindicais presentes – CSB, CUT, NCST e Força Sindical – decidiram que irão mobilizar a população para que essa mudança não seja aprovado no Congresso.