Medidas apontadas pelas entidades têm o objetivo de combater as desigualdades e gerar empregos
Nesta quarta-feira (20), as centrais sindicais apresentaram ao presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (MDB-CE), a “Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora”, um compilado com 22 medidas fundamentais para o desenvolvimento do País.
A centrais pontuaram “propostas para uma agenda socioeconômica de transformação, orientada pelo combate a todas formas de desigualdade, pela promoção do emprego de qualidade, pela liberdade, democracia, soberania nacional e justiça social”, segundo a agenda.
O documento frisa a necessidade de programas e ações imediatas para enfrentar o desemprego e o subemprego crescentes, como criação de frentes de trabalho como medida emergencial, com atenção especial para os jovens; retomada de obras de infraestrutura; e planejamento de políticas de amparo aos desempregados, como aumento das parcelas do seguro-desemprego, vale-transporte para o desempregado, vale-gás, subsídio de energia elétrica, entre outros.
Aos dirigentes sindicais, o presidente do Senado afirmou que é muito importante que as entidades debatam o assunto com os candidatos à Presidência da República e com o povo. De acordo com o secretário-geral da CSB, Alvaro Egea, o parlamentar afirmou que “somente assim o Congresso e o presidente da República vão ter autoridade para conduzir qualquer reforma”.
O texto também propõe a revogação “de todos os aspectos negativos apontados pelos trabalhadores da Lei 13.467 (reforma trabalhista) e da Lei 13.429 (terceirização), que precarizam os contratos e condições de trabalho, na perspectiva da construção de um novo estatuto”.
Alvaro Egea classificou a reforma trabalhista como um completo fracasso. “Não há segurança jurídica, não se gerou emprego e não se trouxe a modernização das relações de trabalho, não estimulou a negociação”, explicou.
Ainda sobre a reforma, Eunício Oliveira reconheceu que a extinção da contribuição sindical enfraqueceu a representação dos trabalhadores e condenou o descumprimento do acordo em que o governo se comprometeu com os senadores em vetar os pontos mais danosos da reforma.
A CSB, junto com as demais centrais, acredita na agenda prioritária e estará no Congresso e nas ruas para a continuidade da discussão. “Trabalhadores estão preocupados com a geração de emprego, preocupados com o desenvolvimento do País, preocupados com a preservação da democracia e das riquezas nacionais, com a preservação da soberania nacional. Nós queremos participar do debate, não queremos que haja esse truncamento do debate como já houve na tramitação da reforma trabalhista”, afirmou o secretário-geral.
O vice-presidente da CSB Leandro Allan também representou a Central no encontro com Eunício Oliveira. Os dirigentes iriam se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (MDB-RJ), mas o encontro não foi realizado.