A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) esteve presente na Reunião de Ministros do Trabalho do Mercosul (RMT), realizada nesta terça-feira (21) no Palácio do Itamaraty, em Brasília. O encontro, que marcou o retorno dos debates presenciais após mais de dez anos, contou com a participação do presidente da CSB, Antonio Neto, que destacou a importância do diálogo regional.
“Este encontro é fundamental para estreitar os laços com nossos irmãos da América do Sul e avançar em uma agenda comum que valorize os trabalhadores e trabalhadoras de nossos países. A integração regional é o caminho para construir políticas trabalhistas que realmente respondam aos desafios atuais”, afirmou Neto.
O evento, realizado sob a presidência pró-tempore do Brasil, reuniu autoridades dos países membros do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – e dos Estados Associados – Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru. Também participaram representantes de trabalhadores, empregadores e organismos internacionais.
Na abertura dos trabalhos, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, ressaltou o papel do Mercosul como espaço estratégico para políticas que protejam os trabalhadores.
“O desafio da formalização e da proteção social requer coordenação regional. Precisamos olhar para o futuro do trabalho com foco na dignidade, na sustentabilidade e na redução das desigualdades”, declarou.
Marinho destacou que a transição justa no mundo do trabalho representa um desafio que “nenhum país pode enfrentar sozinho”, enfatizando a necessidade de cooperação regional para gerar empregos de qualidade durante o processo de transição ecológica.
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, abordou a importância da integração no campo previdenciário. “O Brasil acredita que o Mercosul social é tão essencial quanto o econômico, pois as nossas nações compartilham valores e responsabilidades comuns na promoção da dignidade humana e da justiça social”, afirmou.
Queiroz citou dados do sistema previdenciário brasileiro – que paga mensalmente 41,4 milhões de benefícios, movimentando R$ 83,7 bilhões – e defendeu maior cooperação para garantir direitos e proteção social aos trabalhadores migrantes da região.
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, enfatizou a igualdade de gênero como eixo estratégico das discussões. “A igualdade salarial não é apenas uma questão de justiça social e de direitos humanos, mas um fator essencial para o desenvolvimento econômico sustentável”, disse.
Lopes mencionou marcos legislativos recentes no Brasil, como a Lei da Igualdade Salarial e a Lei de Paridade nas Empresas Públicas, além da Política Nacional de Cuidados, que reconhece o cuidado como direito universal.
O encontro estabeleceu como objetivos principais a definição de estratégias conjuntas para gerar empregos, fortalecer a proteção social, promover a igualdade de gênero e garantir trabalho decente em todos os países participantes do bloco.
Com informações de Ministério do Trabalho
Fotos: Matheus Itacaramby/MTE