Nos dias seguintes do intercâmbio promovido pela Federação Chinesa de Sindicatos (ACFTU), a delegação das centrais sindicais brasileiras, incluindo a CSB, participou de uma intensa programação na província de Zhejiang, unindo cultura, economia, história e cooperação política.
Recepção oficial e visitas na província
Os representantes das centrais foram recepcionadas por dirigentes da ACFTU local e tiveram acompanhamento da vice-presidente da província, que acompanhou todo o trajeto da delegação desde a chegada em Yiwu. No sábado pela manhã, os dirigentes sindicais conheceram o Centro Antigo e Comercial de Yiwu, tendo contato com a dinâmica do comércio local, seus pontos turísticos e tradições culturais.
A delegação também visitou um vilarejo típico, onde experimentou a culinária regional e observou de perto a vida comunitária chinesa, marcada pela integração social e pelo conceito clássico de comunidade. Ainda no sábado, os dirigentes estiveram no Mercado Internacional de Yiwu, um dos principais polos de exportação mundial, observando sua estrutura organizada por áreas e categorias de produtos, o que ilustra a força comercial que posicionou a China como potência exportadora.
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Cultura, história e patrimônio
No domingo, a programação avançou para a área cultural. A delegação conheceu o Hang Jiang World Studios, em Dongyang, o maior estúdio de cinema e televisão do mundo, que combina escala industrial e atração turística. Em seguida, os dirigentes visitaram o Palácio do Imperador Qin, inspirado na arquitetura da dinastia responsável pela unificação imperial da China. O espaço, marcado por imponência e simetria clássica, já foi cenário de grandes produções épicas e históricas.
O roteiro incluiu ainda a Praça Central e Passarelas Elevadas, a Praça da Unificação, a Escadaria dos 99 Degraus e o Salão da Unificação, onde os dirigentes assistiram a espetáculos artísticos, incluindo o Império Voador, experiência imersiva que simula batalhas épicas e recria paisagens grandiosas do império chinês.
Museu Chinês da Escultura em Madeira
No domingo à tarde, a delegação visitou o Museu Chinês da Escultura em Madeira, também em Dongyang, considerada a capital mundial da escultura em madeira.
O museu é o primeiro da China voltado exclusivamente a essa arte, reunindo exposição, pesquisa, coleção e intercâmbio artístico em uma área de 26 mil metros quadrados, fruto de um investimento de mais de 380 milhões de yuans.
O espaço abriga mais de 3 mil peças, que contam a história da China, retratam momentos históricos do Império e apresentam referências a pontos turísticos nacionais. A visita permitiu às centrais conhecerem de perto uma das mais tradicionais expressões da cultura chinesa, que une história e artesanato com sofisticação.
Jantar com membros do Partido Comunista Chinês
Encerrando a jornada do fim de semana, os dirigentes sindicais participaram de um jantar com membros do Partido Comunista Chinês de Dongyang, ocasião em que houve troca de presentes e pronunciamentos oficiais. Representando todas as centrais brasileiras, o presidente da CSB, Antonio Neto, fez um discurso de reconhecimento e solidariedade:
“Num tempo em que tarifas são usadas como armas e algoritmos pretendem ditar destinos, a China – sob a liderança do presidente Xi Jinping – se afirma como farol para o mundo, um contraponto altivo e responsável ao imperialismo americano e às suas tentações de hegemonia.
Ao propor uma ‘comunidade de futuro compartilhado para a humanidade’, sustentar o multilateralismo, defender a soberania e a não-interferência e investir em prosperidade comum, infraestrutura e inovação, a China oferece uma rota de estabilidade e desenvolvimento que substitui sanções por pontes, imposições por respeito e aventuras belicistas por paz.
Aqui em Zhejiang, onde a modernização orientada por ciência e tecnologia caminha de mãos dadas com justiça social e dignidade do trabalho, vemos a prova concreta de que é possível crescer integrando, cooperando e elevando o bem-estar das pessoas — um exemplo que inspira nações e reafirma, com firmeza e prudência, que o mundo não está condenado à lógica do império, mas convidado à parceria.”