“Promover a segurança e estabilidade através de uma recuperação econômica sustentável da pandemia”. Este foi o foco da primeira reunião preparatória do 30º Fórum Econômico e Ambiental da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), realizado em Viena nos dias 14 e 15 de fevereiro. O evento contou com a participação do Representante permanente da Santa Sé junto à OSCE, Dom Janusz Urbanczyk.
A economia ao serviço das pessoas e do planeta
E seu discurso de 14 de fevereiro Dom Urbanczyk enfatizou que a pandemia foi uma “crise reveladora”: expôs “as iniquidades e injustiças que ameaçam o bem-estar, a segurança e a vida das pessoas”. Desde o início da emergência sanitária, lembrou o representante da Santa Sé, o Papa Francisco enfatizou várias vezes que “não sairemos desta crise da mesma maneira”. “Sairemos melhores ou piores, e o que vai acontecer depende de nosso compromisso”. A Santa Sé está convencida de que “um futuro melhor é possível”. Mas somente se coletivamente, explicou Dom Urbanczyk, optarmos por repensar “nossas vidas e nossas atividades como seres humanos”. E se estivermos prontos, acrescentou, “para mudar nosso modo de vida atual”. Uma dessas mudanças deve dizer respeito à atitude em relação à economia que, antes de tudo, “deve estar ao serviço dos povos e do planeta”. Como nos lembrou o Papa Francisco, devemos “adaptar nossos modelos socioeconômicos para que tenham um rosto humano, porque tantos modelos o perderam”. A pandemia, disse ainda, colocou a economia global em uma dura prova e isto destacou mais ainda “as desigualdades persistentes em vários setores sociais e econômicos”. Foi dada ao homem uma oportunidade de melhorar e repensar algumas das estruturas de nossas economias. “Não devemos deixar escapar esta oportunidade”, concluiu Dom Urbanczyk, “mas antes de tudo nos esforçarmos para encontrar soluções criativas e inovadoras que melhorem a vida das pessoas, especialmente as que estão à margem da sociedade”.
Trabalho digno garante segurança e estabilidade
No dia 15 de fevereiro, referindo-se ao tema dedicado ao desenvolvimento do capital humano, Dom Urbanczyk lembrou que na mensagem deste ano para o Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco descreveu o trabalho como um meio “para a plena realização da dignidade humana”. O trabalho, disse o representante permanente da Santa Sé junto à OSCE, é “uma condição essencial para estabelecer uma paz segura e duradoura”.
“A pandemia – afirmou – teve um impacto devastador no mercado de trabalho e afetou desproporcionalmente aqueles que já viviam em situações precárias ou à margem da sociedade, tais como migrantes, mulheres, pessoas com deficiência e os que trabalham na economia informal”. Segurança e estabilidade, observou Dom Urbanczyk, só podem ser alcançadas “se todos os membros da sociedade em idade de trabalho tiverem a oportunidade, através de um trabalho decente, de contribuir para a vida de suas famílias e da sociedade como um todo”. Portanto, governos e sociedade civil deveriam trabalhar juntos “para integrar migrantes e refugiados em suas sociedades e economias”. E reconhecer “seu potencial para promover um crescimento sustentável e inclusivo”. Como o Papa Francisco destacou em sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz em 1º de janeiro de 2022, “é urgente promover em todo o mundo condições laborais decentes e dignas, orientadas para o bem comum e a salvaguarda da criação!”. É necessário garantir e apoiar a liberdade das iniciativas empresariais e, ao mesmo tempo, fomentar uma responsabilidade social renovada, para que o lucro não seja o único critério orientador”. Ao colocar o ser humano no centro do processo econômico”, concluiu Dom Urbanczyk, “a dignidade humana e a sociedade florescerão”.
Fonte: Vatican News