Plataforma chamada “Me Busca” deverá ser lançada em março, dizem criadores
O celular toca solicitando uma nova viagem. Valmir verifica a distância que o separa do passageiro, que espera em um ponto de São Paulo, e o rejeita. “Virei matemático dirigindo”, ironiza o motorista de Uber, obrigado a fazer cálculos para terminar o dia com saldo positivo.
“Pelas altas da gasolina, tenho que fazer contas logo para escolher corridas rentáveis, e não acabar dando uma carona para o passageiro”, diz o homem de 56 anos, que há três trabalha para plataformas digitais de transporte na maior cidade na América Latina.
A precarização do ofício está levando esses trabalhadores, que somam 150 mil ativos na cidade, a se organizarem para lançar um aplicativo e concorrer com os gigantes Uber e 99.
Chamada “Me Busca”, a plataforma criada por uma empresa brasileira e apoiada pela Associação de Motoboys e Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Ammasp) é, segundo seus idealizadores, a primeira da região a surgir de uma iniciativa de autogestão. Embora já tenha havido um projeto anterior na Colômbia, sem sucesso.
“Queremos que os motoristas consigam todas as condições que as empresas não proporcionam: melhores remunerações, mais segurança e mais qualidade de trabalho”, afirma à AFP Eduardo Lima, presidente da Ammasp.
Antes mesmo de seu lançamento, previsto para março, o aplicativo já conta com milhares de adesões, e eles esperam que se espalhe pelo país.
Uma iniciativa similar mas voltada para taxistas já existe em Fortaeza (CE) com o APP SINDITAXI, a ideia partiu do vereador Moura Taxista que possui uma longa história como representante sindical da categoria.