Desde a terça-feira (09) em Sorocaba, São Paulo, acontecia a concentração da grande marcha nacional da FNL e MAST que teve início nesta quarta-feira (10) com milhares de trabalhadores rurais sem terra e membros de entidades sociais rumando em direção à capital paulista
Em seu manifesto, a Frente Nacional de Lutas presidida por Zé Rainha destaca o momento grave que os movimentos de luta por terra e sociais em geral vivem no país.
“Vivemos tempos sombrios. A questão da humanização foi renegada diante de um projeto de morte que governa o país. A inflação do Brasil já é a terceira maior da América Latina, com reflexo direto na vida da população. O preço dos alimentos e combustíveis subiram absurdamente, levando a fome e a insegurança alimentar assolarem o país, afetando principalmente os mais pobres. O desemprego atinge mais de 14% dos brasileiros e o trabalho informal afeta 40% da população. Além disso, uma pandemia já matou centenas de milhares de pessoas, mortesinfluenciadas pelo descaso do Governo Federal com a saúde pública, atendendo aos interesses do lucro e do capital ao invés da vida de sua própria população. O cenário é de uma barbárie social.” escreve o movimento em seu manifesto que pode ser conferido na íntegra aqui.
A FNL é uma organização social fundada em 2014 que tem em seus princípios a defesa do meio ambiente e do planeta Terra. Com foco especial na luta pela terra e a reforma agrária no Brasil visa acabar com os privilégios dos latifundiários e fazer a terra cumprir sua função social, produzir para sustentar a humanidade com alimentos saudáveis, sem venenos e agrotóxicos, que contaminam os rios, as produções de exportações e nossas florestas.
Ao lado do MAST (Movimento dos Agricultores Sem Terra), irão marchar durante cinco dias pelo interior de São Paulo em direção à capital onde possuem uma agenda de encontros para entregar demandas do povo do campo paulista ao governo de SP e entidades ligadas a ele.
Veja abaixo a programação da marcha:
10/11 – Marcha de Sorocaba até Mairinque (KM 69) com formação política em Reforma Agrária e Ecossocialismo: Alternativas à fome, seca e a emergência climática.
11/11 – Marcha até Araçariguama (KM 54) – Formação Política: Luta contra as privatizações e grilagem
12/11 – Marcha até Santana do Parnaíba (KM39/40) – Formação Política: Educar para Revolucionar o Campo e a Cidade
13/11 – Marcha até Barueri (KM 26) – Formação Política: Poder para as Periferias e Vidas Negras Importam e Plenária auto organizada de mulheres
14/11 – Chegada em São Paulo com Aula Pública “Nossa unidade é com o povo por terra, trabalho e moradia”. No domingo além da aula pública os movimentos vão entregar uma pauta de reivindicação com destaque para o assentamento imediato das famílias acampadas nas dez fazendas julgadas devolutos pela justiça, incorporação do MAST e FNL nas mesas de seleção no estado, simplificação do cadastro dos Sem Terra e o estímulo às compras governamentais de produtos da agricultura familiar.