Nesta quarta-feira, 10 de novembro, ontem, a FNL e outros movimentos sociais sairam do km 79 de Sorocaba em direção à capital paulista
A Frente Nacional de Luta no Campo e na Cidade (FNL) está preparando uma grande marcha em São Paulo, desde 10 de novembro. O ato político começou no km 79 do município de Sorocaba, e deve chegar até domingo (14) na capital São Paulo.
Mas, uma batalha jurídica atrapalha a manifestação popular. A concessionária da rodovia, por onde a marcha passará, juntamente com o governo estadual entrou na justiça solicitando Interdito Proibitório. A ação estava sob a responsabilidade de uma juíza, da cidade de Sorocaba, e foi remetida ao Ministério Público, que se mostrou favorável à marcha e voltou para a mesma juíza, que alegou que era incapaz de julgar e repassou o processo à Vara da Fazenda.
Movimentos jurídicos já se articulam para garantir a manifestação popular e entraram com pedido na justiça, quem assinou a petição foi o advogado Rodrigo Chizolini. O movimento reivindica terra, trabalho, moradia e educação, através da ocupação de terras que já foram reconhecidas como públicas pela Justiça, porém ainda permanecem abandonadas sem cumprir seu uso social. A distribuição das áreas depende de trâmites sob responsabilidade do Estado e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
A Frente convida a imprensa para acompanhar a Marcha em São Paulo, entre os dias 10 e 15 de novembro. Em cada dia, os marchantes vão percorrer cidades e fazer paradas para alimentação, repouso e debates de formação com centenas de pessoas. Entre os temas discutidos, estão as alternativas ecossocialistas para a reforma agrária; a relação entre os projetos de privatização e a grilagem de terras; a educação popular no campo e na cidade; e o papel da negritude e das mulheres nas periferias e nos assentamentos.
Para encerrar, haverá uma aula pública na capital paulista, no domingo, com a presença de Zé Rainha, coordenador nacional da Frente, e outras lideranças regionais da Frente.
*FNL e campanha contra a criminalização dos militantes sem terra*
A FNL foi fundada em 2014, e atualmente está organizada em pelo menos 11 Estados, contando com mais de 20 mil acampados no país. A meta do movimento é chegar aos 100 mil acampados até 2022. Para a Frente, a iniciativa popular de mobilização coletiva e ocupação de territórios públicos torna possível destravar a reforma agrária e o debate público sobre a função social da terra no Brasil.
Enquanto se articula nacionalmente para pautar a luta por terra, trabalho, moradia e liberdade em São Paulo, a FNL também tem batalhado na Justiça. O processo ilegal que condenou Zé Rainha e Claudemir Novais à prisão, novamente, gerou uma campanha nacional pela liberdade desses coordenadores da FNL e de outras lideranças regionais também perseguidas pelos latifundiários e pelo Estado. Os dois militantes já foram presos em 2011, e mesmo comprovando todas as inverdades em seu processo jurídico, seguem sob ameaça de prisão. O direito de lutar pela terra e pela reforma agrária também é uma pauta fundamental não somente para a militância da FNL, mas para todos que também enxergam no governo Bolsonaro uma ameaça constante para os movimentos sociais que se organizam para defender direitos.
Leia mais sobre a campanha pela anulação do processo juríico contra Zé Rainha e as demais lideranças da FNL: https://movimentorevista.com.br/2021/08/querem-prender-ze-rainha/
Fonte: Portal Bauru Notícias