Votação da reforma da Previdência é adiada para fevereiro de 2018

Senador Romero Jucá (PMDB/RR) afirma que decisão foi um acordo entre os presidentes da Câmara e do Senado com participação do Governo Federal

Nem os mais de R$ 43 bilhões gastos pelo presidente da República, Michel Temer, em concessões a ruralistas e grandes empresas convenceram o Congresso Nacional a votar a reforma da Previdência em 2017. Prestes a ser colocada para votação ainda este ano, a PEC 287 teve sua deliberação na Câmara dos Deputados adiada para fevereiro de 2018.

O anúncio partiu do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB/RR), nesta quarta-feira (13), em meio a tentativas de Temer abafar a notícia com a possível leitura do relatório do deputado Arthur Maia (PPS/BA) sobre a reforma durante esta quinta.

De acordo com Jucá, os presidentes da Câmara – Rodrigo Maia (DEM/RJ) – e do Senado – Eunício Oliveira (PMDB/CE) – decidiram pelo adiamento após Oliveira ter iniciado a votação do Orçamento 2018 esta semana com a participação do governo. Na análise dos parlamentares, a decisão acarretará em um baixo quórum para aprovação da PEC, que terá mais chances de ser implementada se votada no próximo ano – conclusão equivocada segundo o presidente da CSB Antonio Neto.

Para o sindicalista, a mobilização de trabalhadores, movimentos sociais e de toda a sociedade civil contra a reforma da Previdência só tende a se fortalecer em 2018.

“O anúncio do líder do governo nos motiva a continuarmos engajados; o movimento sindical está firme na luta em defesa dos direitos dos brasileiros. Não importa se a reforma da Previdência será votada em 2017 ou ano que vem, estaremos mobilizados para impedir mais esse retrocesso e de olho em quem for a favor deste crime. 2018 é ano de eleição e o povo vai responder nas urnas. Arrombar em bilhões os cofres públicos para atender interesses escusos não irá adiantar e nem será perdoado”, relembra Neto.

Conforme apuração do jornal O Estado de S. Paulo, Temer chegou a comprometer R$ 43,2 bilhões dos cofres da União para conseguir aprovar a reforma da Previdência na Câmara. Parcelamento de dívidas de produtores com o Funrural; parcelamento de dívidas de micro e pequenas empresas com o Simples Nacional e renúncias de receita do Governo Federal em prol de prefeitos e governadores entraram na conta. Tudo para conquistar os 308 votos de deputados necessários à aprovação da PEC 287.

Para saber mais sobre os gastos do governo, clique aqui.

Em vídeo postado no Facebook de Antonio Neto, o presidente da CSB também chega a listar outros absurdos que o Poder Executivo Federal tem cometido com o dinheiro público. Na publicação, Neto critica que o valor gasto em perdão de dívidas de grandes empresas e isenções a multinacionais petroleiras (R$ 1,4 trilhão) é mais de 13 vezes o que o governo diz que irá economizar com a reforma em 10 anos (R$ 112 bilhões).

“Pelo que gastou este ano, dinheiro não é problema para este governo. Por isso, vamos pressionar os deputados, cobrar uma posição para que esse crime não seja cometido”, conclama.

Assista ao vídeo abaixo e compartilhe em suas redes sociais:

Compartilhe:

Leia mais
Camara aprova teto salario minimo e mudança bpc
Corte de gastos: Câmara aprova teto para aumento do salário mínimo e mudança no BPC
CSB na Secretaria nacional da juventude conjuve
CSB assume cadeira no Conjuve, conselho que debate políticas públicas para a juventude
codefat aprova calendario pagamento abono salarial 2025
Conselho aprova calendário de pagamento do Abono Salarial para 2025; confira datas
regras aposentadoria 2025 reforma da previdência
Haverá ajuste na idade para pedir aposentadoria em 2025; entenda as novas regras da previdência
Câmara aprova fim da desoneração da folha de pagamento
Câmara aprova imposto mínimo de 15% sobre lucro de multinacionais, seguindo padrão da OCDE
aumento salário mínimo 1954 getúlio vargas
O que aconteceu no Brasil depois que Getúlio aumentou em 100% o salário mínimo
Fachada tst
TST derruba regra da reforma trabalhista que limitava acesso à Justiça gratuita; entenda
trabalhadora obrigada a mostrar os seios
Empresa é condenada a indenizar trabalhadora obrigada a mostrar os seios para superior
paralisação sindimetropolinato ônibus porto alegre
Rodoviários da região de Porto Alegre paralisam atividades por reajuste salarial não pago
Flavio Dino e Rubens Paiva
Lembrando Rubens Paiva, Dino defende que Lei da Anistia não se aplica a ocultação de cadáver