Central dos Sindicatos Brasileiros

Há dois anos sem reajuste salarial, professores de Carpina (PE) declaram greve

Há dois anos sem reajuste salarial, professores de Carpina (PE) declaram greve
Docentes promoveram carreata para recolher assinaturas de pais de alunos em abaixo-assinado a favor da paralisação

 

 

Os professores de Carpina, cidade de Pernambuco, declararam estado de greve na última segunda-feira (17). O motivo é a falta de pagamento de reajuste de salários e de um terço de férias aos docentes. A decisão foi tomada durante assembleia do Sindicato dos Professores Municipais de Carpina e Região (SINDPROFM).

Em entrevista à TV Diariamente, a presidente do sindicato, Maria das Mercês Coutinho, afirmou que “desde 2017 que Manuel Severino da Silva, mais conhecido como Botafogo, prefeito de Carpina, não paga o reajuste de salário dos professores. Faz dois anos que o professor de Carpina recebe o mesmo salário que recebia em 2016. Ele também não pagou um terço de férias. Nunca um professor em Carpina sofreu tanto para receber um terço de férias como nessa gestão”.

Após diversas ações, a Justiça deu parecer favorável ao pagamento dos salários dos professores, porém o prefeito afirma que não foi oficialmente comunicado. “Ele foi sim notificado, tanto é que entrou com uma apelação. Invés de cumprir a sentença do juiz, ele se prevaleceu dos recursos da Justiça. Entrou com uma apelação para que desembargadores sejam contra sentença do município”, esclareceu a dirigente.

De acordo com Maria, em entrevista a uma rádio local, Botafogo frisou que a prefeitura “tem dinheiro, que as finanças do município estão controladas, que todo mês sobra dinheiro na conta da prefeitura. Porém, 600 pessoas, ou seja, professores, não são importantes”, lamentou.

Os docentes decidiram fazer uma greve branca, sem prejuízo aos envolvidos. “O professor pode ser prejudicado porque no final do mês o Botafogo descontaria do seu salário se ele não for trabalhar, nós não vamos por esse meio. O professor vai continuar dando aula porque o nosso aluno não pode ser prejudicado no ano letivo”.

Parte dos professores organizou-se em uma carreata com objetivo de recolher assinatura de pais de alunos a favor da paralisação e do pagamento. O abaixo-assinado será encaminhado às autoridades competentes.

O estado de greve será mantido até o pagamento devido aos professores de Carpina.