CSB participa de ato em defesa da soberania nacional no Rio de Janeiro; confira manifesto

A Central dos Sindicatos Brasileiros esteve presente, nesta segunda-feira (1º de setembro), no ato de lançamento do “Manifesto pela Soberania Nacional, a Soberania do Brasil não se Negocia” (leia íntegra no fim do texto), no Rio de Janeiro. O evento foi realizado no Clube de Engenharia e reuniu mais de mil pessoas. A CSB-RJ foi representada por seu vice-presidente, Alcir da Costa Albernoz.

O manifesto, assinado por mais de 170 entidades de diversos setores, repudia as recentes tentativas de intervenção dos Estados Unidos nos assuntos internos do Brasil e oficializa a criação de uma Assembleia Permanente pela Soberania. O foco da nova instância será discutir e articular estratégias para combater a interferência estrangeira e os ataques ao estado democrático de direito.

Para o dirigente da CSB, a participação no ato é fundamental uma vez que a soberania é um dos pilares da central. “A defesa da soberania nacional é inseparável da defesa dos direitos dos trabalhadores. A CSB sempre estará junto da luta para garantir que o Brasil continue sendo dono do seu próprio futuro”, disse Albernoz.

O documento foi lido publicamente pelo ator Antonio Grassi durante o ato, que lotou três andares do Clube de Engenharia. O texto relembra a trajetória histórica de lutas do país e afirma: “Não aceitaremos intimidações, nem gerências que atentem contra a liberdade do povo brasileiro de decidir seu próprio destino. Nossa constituição é clara: o Brasil rege-se pela independência nacional, pela prevalência dos direitos humanos, pela não intervenção e pela igualdade entre as nações”.

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O evento, conduzido pelo vice-presidente do Clube de Engenharia, Fernando Peregrino, contou com a presença de um amplo espectro da sociedade civil e política. Estiveram presentes o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Octávio Costa; a deputada federal Benedita da Silva; o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho; a jornalista Hildegard Angel; a ex-ministra Ana Holanda; o ex-ministro José Dirceu; o ex-ministro e presidente nacional do PDT, Carlos Lupi; a influencer Aline Dutra; e os deputados estaduais e federais Glauber Braga, Jandira Feghali, Reimont, Tarcísio Motta, Luiz Paulo e Marina do MST.

Além da pauta central da soberania, temas como a defesa da população palestina e o apoio ao mandato do deputado Glauber Braga, ameaçado de cassação, foram entoados pela plateia, composta por integrantes de diversos movimentos sociais.

De acordo com Bogossian, representante da organização, a Assembleia Permanente pela Soberania será o canal para dar continuidade à mobilização. “Esse ato de unidade foi muito importante para reunir todas essas instituições tão relevantes. Agora, por meio da assembleia, vamos nos reunir regularmente para discutir os caminhos a seguir para evitar novos ataques. Precisamos voltar às ruas e mostrar que o Brasil é um país independente”, defendeu.

As discussões do evento enfatizaram a necessidade de defender a soberania econômica, tecnológica e política do Brasil, denunciando pressões externas consideradas fragilizantes para a nação, e conclamaram a uma mobilização permanente em defesa da democracia e do desenvolvimento nacional.

Confira o manifesto na íntegra:

A SOBERANIA DO BRASIL NÃO SE NEGOCIA!

Os abaixo assinados, reunidos no dia 1º de Setembro na sede do Clube de Engenharia do Brasil, diante das ameaças que vive nossa Nação, vêm se pronunciar publicamente perante o povo brasileiro.

O Brasil é uma nação forjada em mais de dois séculos de lutas, entre elas a conquista da Independência, a superação da escravidão, a construção da República e a defesa permanente dos direitos trabalhistas e da Democracia. Esses marcos constituem o patrimônio imaterial de nosso povo, que jamais aceitou submissão ou tutelas estrangeiras.

Hoje, essa mesma soberania está sob ameaça. Interesses do governo de uma nação estrangeira buscam impor restrições à nossa economia, interferir em nossas instituições e ditar os rumos do nosso desenvolvimento. Infelizmente, com o incentivo e colaboração de brasileiros, que traem nossa Pátria, em conluio com os agressores externos, atacando a Justiça de seu próprio País.

Trata-se de um ataque grave ao Estado Democrático de Direito e à autodeterminação de nossa Pátria.

Não aceitaremos intimidações, nem ingerências que atentem contra a liberdade do povo brasileiro de decidir seu próprio destino.

Nossa Constituição é clara: o Brasil rege-se pela independência nacional, pela prevalência dos direitos humanos, pela não intervenção e pela igualdade entre as nações.

Exigimos, portanto, o mesmo respeito que oferecemos ao concerto internacional.

Neste momento, em que pressões externas tentam subjugar o Brasil, nós da sociedade civil, entidades representativas, a academia, trabalhadores, intelectuais, estudantes e os brasileiros em geral unimo-nos em um só propósito: defender a soberania nacional como condição para a Democracia, o desenvolvimento e a justiça social. Por isso, eventuais diferenças políticas devem ceder lugar àquilo que nos une: o amor à nossa pátria e a defesa de sua integridade.

Curvar-se a imposições externas é abrir mão do nosso futuro, é negar a possibilidade de uma nação livre, justa e solidária. A soberania do Brasil é inegociável. É sobre ela que repousa o direito de nosso povo construir seu destino com dignidade e independência. Vamos permanecer vigilantes e atuantes como uma assembleia permanente até que cessem essas abomináveis agressões externas à nossa Pátria!

Viva o Brasil!
Viva a Soberania Nacional!

Com informações de Clube de Engenharia
Foto 2: reprodução/Clube de Engenharia

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