A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), junto à sua Secretaria Nacional da Mulher Trabalhadora, expressa seu repúdio e indignação com a fala do deputado federal Gustavo Gayer, do PL de Goiás, a respeito da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Em uma postagem em suas redes sociais, o parlamentar sugeriu que a ministra, que assumiu uma pasta cuja função é fazer a articulação entre governo e Congresso, estaria sendo “oferecida” por Lula aos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, como “um cafetão oferece uma GP [garota de programa]”.
Ele acrescentou ainda que havia imaginado a ministra, seu marido e deputado federal, Lindbergh Farias (PT-RJ), e Alcolumbre “fazendo um trisal”.
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É inaceitável que esse tipo de discurso continue a ser parte da política e que alguém eleito para trabalhar pela melhoria da vida do povo use sua posição pública para reforçar a antiga ideia misógina de que uma mulher precisaria se portar como “uma GP” para fazer seu trabalho junto a seus pares homens.
Para piorar, o comentário foi feito em pleno Mês da Mulher, em que figuras públicas deveriam ter a responsabilidade de promover o respeito às mulheres, que ainda hoje sofrem violência física e verbal, ganham salários menores e têm sua competência profissional questionada muitas vezes apenas por serem mulheres. Em vez disso, o deputado alimenta uma cultura que gera o ciclo de desrespeito e desigualdade o qual ele teria o dever de combater.
Exigimos que o parlamentar seja exemplarmente punido e repreendido por seus pares, para que atitudes semelhantes sejam desencorajadas não apenas na política, mas na sociedade como um todo. Esperamos que os presidentes da Câmara e do Senado cumpram suas palavras de punir o deputado por esta fala.
Expressamos nossa solidariedade à ministra Gleisi Hoffmann e ressaltamos sua história de luta política pelos direitos das mulheres e dos trabalhadores que a qualificam para cumprir com excelência a missão que recebeu do presidente da República.
14 de março de 2025
Antonieta Dorledo de Faria, secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CSB
Antonio Neto, presidente nacional da CSB
Foto: José Cruz/Agência Brasil