Vigilantes do Ceará realizam manifestação na capital contra os efeitos da reforma trabalhista na campanha salarial da categoria

Sindicato patronal propõe cortar o plano de saúde dos trabalhadores e acabar com a obrigatoriedade da homologação no sindicato

Em fase de negociação coletiva e 55 dias após entrar em vigor a Lei 13.467, da reforma trabalhista, o Sindicato dos Vigilantes do Estado do Ceará (Sindvigilantes-CE), que representa cerca de 15800 trabalhadores em todo estado, realizou na manhã desta sexta-feira (5), em Fortaleza (CE), manifestação contra a tentativa de retirada de direitos da categoria,conquistados ao logo de décadas.

O evento, que reuniu cerca de 450 vigilantes, busca barrar os planos do sindicato patronal, que tenta aplicar pontos sensíveis da reforma trabalhista à realidade da categoria. Segundo o presidente do Sindvigilantes-CE, Daniel Borges, entre os itens que a entidade patronal quer retirar estão o plano de saúde, a obrigatoriedade da homologação no sindicato da categoria, entre outros direitos.

“Essa manifestação foi uma resposta à contraproposta [do patronal] querendo aplicar todas as regras da “nova CLT”. Querem retiram nosso plano de saúde, que hoje é de 100%, querem retirar o vale-alimentação nos lugares onde os contratantes fornecem alimentação e querem retirar o intervalo da intrajornada. Sem contar a reciclagem, ainda querem que as homologações não sejam feitas mais no sindicato, e sim dentro das empresas, e nós não concordamos”, esclareceu Borges, que garante a continuidade das mobilizações, seja nas ruas ou em frente às empresas.

O ato também contou com a presença de dirigentes sindicais dos taxistas, dos transportes de valores, entre outras categorias. Os trabalhadores saíram em caminhada da Praça Portugal em direção ao prédio do sindicato patronal, onde realizaram discursos. Ainda de acordo com o presidente Borges, o apoio e a participação da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) é muito importante neste momento.

“A importância de ter a CSB ao lado é muito grande. Desde que nos filiamos, a gente teve apoio e independência política. Não temos mais aquelas questões de ficar amarrado a partido político, a Central nos deixou bem à vontade, e isso fortalece muito o movimento, pois não tem aquela coisa de ficar em grupo. Com isso, acabamos conseguindo juntar mais pessoas”, declarou o dirigente, que também é vice-presidente da CSB CE.

Em discurso, o presidente da Seccional Ceará da CSB, Francisco Moura, parabenizou a diretoria do sindicato e a categoria pelas ações desenvolvidas. “É uma honra ter filiado à nossa Central este atuante sindicato dos vigilantes. Está de parabéns essa aguerrida diretoria, que vem fazendo um trabalho brilhante, representando e defendendo os interesses da categoria do estado do Ceará”, disse Moura, que ainda reiterou o apoio da CSB na luta.

“Nós, da CSB, estamos aqui lado a lado com vigilantes do Ceará na luta pela defesa de seus direitos. Não vamos permitir que os patrões, que a cada dia enriquecem mais, queiram tirar aquilo que nós garantimos. Os patrões não vão conseguir, pois os trabalhadores não vão deixar. Vamos ficar mobilizados”, finalizou o presidente da Seccional Ceará.

Uma nova reunião de negociação deve acontecer na próxima semana.

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