A iniciativa tem o objetivo de fortalecer luta dos trabalhadores rurais
Durante a reunião da Diretoria Nacional da CSB, realizada nos dias 17 e 18 de abril, em São Paulo, foi decidida a reestruturação da Secretaria Nacional dos Trabalhadores Rurais, que tem a função de organizar e divulgar as principais necessidades da categoria, e, consequentemente, trazer as bandeiras desses trabalhadores para a cena da pauta trabalhista defendida pela Central.
A coordenação deste departamento ficará sob a responsabilidade de Antônio Cerqueira de Souza (Toti), presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quatá, juntamente com Paulo Oyamada, Diretor de Assuntos de Cooperativismo e Economia Solidária Adjunto da CSB e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tupã.
A realidade do trabalho rural
O avanço tecnológico proporcionou a modernização das lavouras, fazendo com que os empresários substituíssem a mão de obra rural pelas máquinas. Com isso, milhares de trabalhadores perderam seus postos de trabalho e estão desempregados.
“Nós precisamos de qualificação de mão de obra do trabalhador rural, tendo em vista que as máquinas estão sendo usadas no setor canavieiro e tomando um espaço que é dos trabalhadores”, explica Antônio de Souza.
Para ele, é preciso estabelecer um controle para que não haja a mecanização de cem por cento do setor, principalmente o de cana de açúcar, onde a substituição da mão de obra vem acontecendo. Antônio de Souza defende que os trabalhadores tenham acesso direto e fácil aos cursos de especialização. “A qualificação é importante para que o trabalhador execute outras atividades nas indústrias. Os cursos de formação profissional devem ser liberados aos sindicatos com rapidez”, ressalta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quatá.
Alternativa
Para evitar que os trabalhadores sejam dispensados, os representantes da categoria reivindicam que cada hectare de cana plantado tenha uma porcentagem do espaço dedicada à plantação manual de outros alimentos. Com isso, os trabalhadores demitidos podem voltar a trabalhar na terra.
“O agravante é que os empregadores, obviamente, não estão preocupados com essa situação. Todos eles têm como objetivo o lucro”, contestou Paulo Oyamada.
Antônio de Souza alerta para um problema crônico. “Se os empresários não derem prioridade para os trabalhadores rurais, há o risco de eles irem parar nas ruas e viverem em condição de miséria, além de se envolverem na criminalidade”, completou o dirigente dizendo que o estado mais atingido pelo problema é São Paulo.
CSB encabeça a luta
Para iniciar os trabalhos na defesa da categoria, será organizado um seminário que terá a missão de informar os trabalhadores e os sindicatos sobre a criação da Secretaria.
“O seminário servirá para discutir o ponto de vista dos trabalhadores. A CSB tem muita força e mantém diálogos em nível estadual e nacional. Ela leva as reivindicações para uma esfera muito maior da que nós poderíamos levar sozinhos”, ressaltou Antônio de Souza.
Ele explica que o objetivo é somar forças para agir rapidamente. “A criação da secretaria é de vital importância. Se estamos criando esse departamento, é porque nós queremos expor o problema para resolver essa grave crise que a categoria vem enfrentando”, concluiu o dirigente.