“O sindicato será sempre o defensor dos trabalhadores”, declara Oneide de Paula

Para o presidente da Seccional Santa Catarina, a sociedade ainda não entendeu o quanto está perdendo com a reforma trabalhista

Primeiro estado a receber o congresso estadual da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Santa Catarina tenta resistir diante das dificuldades criadas por um governo que trabalha pela agenda do mercado e promove reformas que visam retirar direitos dos trabalhadores e sufocar o movimento sindical.

Prestes a completar um ano à frente da Seccional, Oneide de Paula, presidente da entidade no estado, acredita que a sociedade ainda não percebeu o quão ruim foi a reforma trabalhista e que os sindicatos serão sempre os defensores dos trabalhadores.

Confira a entrevista com o presidente Oneide de Paula, que também é vice-presidente da Executiva da Central.

1- Neste quase um ano após congresso estadual, qual avaliação você faz da Seccional?

Oneide de Paula – Foi um tempo de bastante luta e pouco resultado. A dificuldade está grande por conta dos sindicatos que perderam o imposto sindical. Com isso, ficou mais difícil de buscar novos filiados neste um ano. Porém, montamos uma sede em Florianópolis e isso poderá trazer um fôlego a mais na questão de buscar novos sindicatos.

2 – Como superar esta dificuldade de conquistar novos filiados?

O.P. – Somente com muito trabalho e ter estrutura e condições de oferecer algo para o trabalhador. Contratamos o mês passado um ex-diretor sindical para trabalhar conosco. A expectativa é que cause uma revolução com cursos em sindicatos. Creio que dará resultado. Ter uma sede também faz parte do plano de crescimento e vamos confeccionar camisas da CSB estadual para mostrar a cara da Central no estado.

3 – Quais foram as lutas da Seccional no estado de Santa Catarina?

O.P. – Fizemos greves gerais, manifestações em empresas e coisas assim. Destacamos em Chapecó, Itajaí e Florianópolis, na última semana, quando participamos de mobilização por conta da reforma previdenciária. Avançamos também na questão do trabalho-emprego em Chapecó. Estamos fazendo reuniões para que os dirigentes se envolvam mais nos conselhos de suas regiões. O pessoal está indicando seus nomes para poder fazer o papel lá dentro. Esse foi outro avanço. Mais um avanço aqui na Seccional foi a unicidade do pessoal para manter um deputado estadual na próxima eleição.

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4 – A Seccional fez algum trabalho para minimizar as perdas causadas pela reforma trabalhista?

O.P. – Aqui em Chapecó fizemos um curso, onde vieram dois professores que ajudaram a dar uma direção aos sindicatos, para não abrir mão de maneira alguma.

5 – O que esperar deste ano de 2018?

O.P. –  Ainda não pintou um candidato que vai resolver a situação do País. Está distante, mas o pessoal me parece com medo de colocar a cara para bater. Ai um governador que parece que vai despontar, e encontram um furo no caixa dois dele. A coisa está assim hoje. O movimento sindical precisa se preparar para ir à luta por que ela nem começou ainda. Talvez a gente consiga voltar do zero novamente e começar com mais força. A sociedade [em] geral ainda não percebeu o quanto estão perdendo com a reforma trabalhista. Precisamos mostrar o outro lado da situação, pois o patrão está deitando e rolando.

6 – Que recado você deixa para os trabalhadores?

O.P. – O sindicato será sempre sindicato e sempre será defensor deles. O patrão, ele pode trocar todos os dias, mas para o resto da vida será o sindicato que vai defender ele. Até o final da vida dele.

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