Fórum Sindical se reuniu com parlamentares, que estão intermediando negociações entre categoria e governo
Os servidores do estado do Mato Grosso estão mobilizados a favor do pagamento do Reajuste Geral Anual (RGA), que o atual governador Pedro Taques (PSDB) ameaça não fazer. Crise financeira e o atual cenário político brasileiro foram as alegações para o não pagamento do benefício. Após as assembleias realizadas pelos diversos sindicatos ligados à categoria, os servidores fizeram, na última terça-feira (17), uma caminhada que contou com a presença de aproximadamente 10 mil pessoas, que se concentraram em frente à secretária estadual de gestão.
Em seguida, o grupo passou em frente à Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), onde fizeram um ato em defesa da taxação das commodities. A manifestação terminou em frente ao prédio da assembleia estadual, onde líderes sindicais se reuniram com deputados, que tentam intermediar um acordo entre a categoria e o governo estadual. No encontro, os parlamentares sugeriram o parcelamento do RGA. Na proposta, o benefício seria pago em duas parcelas, a primeira de 7,5%, ainda em maio, e a segunda de 3,77%, em junho, com a respectiva correção.
Representado pelo Fórum Sindical – união voluntária de sindicatos com o objetivo de discutir pautas em comum no estado do Mato Grosso – cerca de 25 sindicatos, que tem em sua base aproximadamente 60 mil servidores, devem entrar em greve, na próxima terça-feira (24), caso não haja nenhuma mudança de postura por parte do governo, que prometeu enviar uma proposta oficial nessa sexta-feira (20).
Segundo o integrante da Direção Nacional da Central dos Sindicatos Brasileiros, Antonio Wagner Nicácio de Oliveira, a expectativa do Fórum é de que a greve tenha adesão de pelo menos 80% dos servidores. “Após receber a proposta da administração, cada sindicado deve se reunir em assembleia para tomar a decisão final em relação à greve. Muitos sindicatos já se manifestaram dizendo que não haverá acordo e só aceitarão pagamento integral, sem parcelamentos, assim como aconteceu em 2015”, falou o dirigente.
Atuação
Movimento forte e unificado, a luta dos servidores contra o calote do RGA ganhou um importante aliado, a CSB, que integra desde o começo dessa semana o Fórum Sindical, como uma entidade de grau superior. Para a Central, será mais um canal de diálogos e debates. “Somos a primeira central que faz parte efetivamente do Fórum Sindical. Vamos ajudar nas mobilizações e no seu financiamento. Aqui no Mato Grosso, os sindicatos sempre tomaram frente. Nesse momento passamos a ter um papel preponderante nessa discussão com todas as categorias, passando a ter uma visibilidade com elas”, falou Wagner.
Ainda segundo Wagner, somente os funcionários do poder executivo ainda não receberam o benefício. “O Judiciário já recebeu o RGA, a assembleia também vai pagar, o Ministério Público já recebe desde janeiro e o Executivo, que arrecada e que organiza todas as políticas públicas, está ficando de fora com esse tipo de política discriminatória”, finalizou.