Trabalhadores manifestam contra o retrocesso no aumento dos salários da categoria
O Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal (Sindpen-DF) e o Sindicato dos Técnicos, Tecnólogos e Auxiliares de Radiologia do Distrito Federal (SINTTAR-DF), com o apoio da CSB e mais 32 sindicatos, paralisaram os servidores públicos do Distrito Federal nesta quinta-feira, 24 de setembro, em protesto contra a suspensão dos reajustes salariais dos trabalhadores, previstos para este mês.
A paralisação geral durou 24 horas e contou a participação de servidores ligados às secretárias de Segurança Pública, Saúde, Cultura, Detran, Assistência Social e da Carreira Socioeducativa. Fiscais, auditores tributários e da Receita; administradores; agentes de vigilância ambiental e comunitários de saúde; servidores civis da administração direta e defensores públicos também sofrerão com a revisão dos reajustes.
Mais de 20 mil servidores públicos protestaram em frente ao Palácio do Buriti, fechando, por horas, as seis faixas do Eixo Monumental, no sentido da antiga rodoferroviária. Os servidores exigem o pagamento do reajuste salarial acertado no governo anterior, e podem decidir por greve geral em 7 de outubro caso os salários não sejam reajustados.
De acordo Leandro Allan Vieira, presidente do Sindpen-DF, na manifestação os servidores aprovaram o estado de greve. “Essa paralisação é um aviso. Esperamos que o pagamento caia até o quinto dia útil, porque estão fazendo um terrorismo contra a gente. O reajuste foi aprovado e acertado em 2013, e caso o atual governo não pague, haverá uma greve geral dos servidores”, disse Vieira.
O retrocesso no aumento dos salários irá atingir cerca de 150 mil trabalhadores de acordo com o Sindpen-DF. “Essa ação do governo do DF afeta diretamente a economia de Brasília, pois muitos trabalhadores comprometeram as suas rendas contando com esse reajuste. Além disso, o consumo e a movimentação da economia local devem diminuir e muito, porque com salários achatados ninguém compra”, afirmou o dirigente.
Segundo Ubiratan Gonçalves Ferreira, vice-presidente do SINTTAR-DF, a proposta do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) de postergar o reajuste para 2016 é um total desrespeito com a categoria. “O governador não quer cumprir uma lei totalmente respaldada para conceder reajuste aos servidores. Não é nem reajuste, é uma reposição salarial já acordada em três parcelas”, criticou.
Os manifestantes também contestaram o pacote de medidas anunciadas, neste mês, pelo governador para conter os gastos do Distrito Federal. O pacote, entre outros itens, suspende reajustes prometidos anteriormente para algumas categorias, aumenta passagens de ônibus e tributos, como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
No fim da tarde de ontem, representantes do governo do Distrito Federal se reuniram com os sindicalistas e mantiveram a alegação do governador de que o reajuste é inviável, já que geraria um déficit orçamentário.