Durante todo o dia, dirigentes da CSB participaram de ato para tentativa de derrubada da reforma
Na noite desta terça-feira (11), o Senado aprovou o Projeto de Lei da Câmara 38/2017, que dispõe sobre a reforma trabalhista. No total foram 50 votos favoráveis, 26 contrários e uma abstenção. A matéria segue para a sanção do presidente da República, Michel Temer.
Todos os destaques apresentados foram rejeitados. A prevalência do negociado sobre o legislado, o trabalho intermitente e a possibilidade de trabalho insalubre para a gestante permaneceram no texto.
Na avaliação do presidente da CSB, Antonio Neto, os parlamentares abriram mão de legislar e suprimiram importantes direitos trabalhistas. “Trata-se de um momento triste da história desse País. Os senadores rasgaram a CLT, retiraram direitos fundamentais de quem mais precisa, como as mulheres grávidas”, afirmou.
Durante o encaminhamento de voto, senadores da oposição reforçaram os diversos pontos negativos da reforma. Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) lembrou da possibilidade de aumento de pessoas jurídicas.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) atacou duramente o atual governo. No entendimento dela, Temer não tem legitimidade para propor uma reforma.
Atuação da CSB
Contra a retirada de direitos do projeto, dirigentes da CSB e representantes de outras entidades realizaram protesto, no início da tarde, em frente Auditório Petrônio Portela, no Senado Federal. O objetivo dos manifestantes foi impedir a continuidade da votação da reforma trabalhista.
O secretário de formação sindical, Cosme Nogueira, foi um dos representantes que permaneceram durante quase sete horas no ato. “Ficamos cercados. As senadoras ocuparam a Mesa Diretora, no Plenário do Senado, e a nossa ocupação, junto com a ocupação das senadoras fez com que a base aliada do Governo negociasse. E recebemos aqui a visita de vários parlamentares que vieram prestar solidariedade”, relatou.
O Secretário dos Servidores Públicos, Jorge Antonio, e o presidente do Sindicato dos Empregados de Agentes do Comércio e em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Empesas de Serviços Contábeis, Lázaro Eugênio, também participaram do protesto.
A sessão do Plenário da Casa para votação do projeto começou pontualmente às 11h, mas foi interrompida ao meio-dia após a oposição impedir o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), de sentar-se à mesa. Diversas senadoras como Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin se recusaram a deixar a mesa diretora. As luzes foram apagadas e os microfones desligados. A sessão foi retomada apenas no início da noite.
Para o secretário-geral da CSB, Alvaro Egea, a atitude das senadoras foi legítima. “O que estamos percebendo é que o presidente do Senado impediu que os sindicalistas, que a população tivesse acesso às galerias. É um direito democrático que a população assista e proteste contra essa votação que vai trazer imensos prejuízos. É digno de elogios”, afirmou.
Os dirigentes da Central permaneceram mobilizados durante todo o dia, dentro e fora da Casa. “Nosso esforço foi no sentido de sensibilizar os senadores para adiar a reforma para evitar que os direitos dos trabalhadores sejam diluídos. Atuação da CSB foi positiva. Buscamos resistência e articulamos com inteligência”, analisou o 1º secretário de Organização e Mobilização, Paulo de Oliveira.
“A CSB se fez presente cantando palavras de ordem, dizendo que não aceita esse tipo de coisa do Congresso Nacional”, afirmou o vice-presidente Francisco Moura.
Já a secretária de Saúde, Maria Barbara da Costa, criticou o fechamento de todos os acessos do Senado para os visitantes. Parte da diretoria da CSB foi impedida de entrar nas dependências. “O mais greve de tudo é você não poder ir para uma plenária onde o interesse é da classe trabalhadora, de todos nós”, condenou.
O secretário de Organização e Mobilização, Itamar Kunert, endossou a posição de Maria. “Essa é a casa do povo, que casa do povo é essa?”, questionou.
A vice-presidente Joana Batista Oliveira Lopes também integrou a mobilização e esteve no gabinete do senador Cássio Cunha Lima (PSDB/PB).
Senadores que votaram a favor da retirada de direitos
Aécio Neves (PSDB-MG)
Airton Sandoval (PMDB-SP)
Ana Amélia (PP-RS)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Armando Monteiro (PTB-PE)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Benedito de Lira (PP-AL)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Cidinho Santos (PR-MT)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Dalirio Beber (PSDB-SC)
Dário Berger (PMDB-SC)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Elmano Férrer (PMDB-PI)
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Gladson Cameli (PP-AC)
Ivo Cassol (PP-RO)
Jader Barbalho (PMDB-PA)
João Alberto Souza (PMDB-MA)
José Agripino (DEM-RN)
José Maranhão (PMDB-PB)
José Medeiros (PSD-MT)
José Serra (PSDB-SP)
Lasier Martins (PSD-RS)
Magno Malta (PR-ES)
Marta Suplicy (PMDB-SP)
Omar Aziz (PSD-AM)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Roberto Muniz (PP-BA)
Roberto Rocha (PSB-MA)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Simone Tebet (PMDB-MS)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Wellington Fagundes (PR-MT)
Wilder Morais (PP-GO)
Zeze Perrella (PMDB-MG)
Senadores que votaram contra a retirada de direitos
Alvaro Dias (PODE-PR)
Ângela Portela (PDT-RR)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Fernando Collor (PTC-AL)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
João Capiberibe (PSB-AP)
Jorge Viana (PT-AC)
José Pimentel (PT-CE)
Kátia Abreu (PMDB-TO)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Paim (PT-RS)
Paulo Rocha (PT-PA)
Randolfe Rodrigues (REDE-AP)
Regina Sousa (PT-PI)
Reguffe (S/PARTIDO-DF)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Romário (PODE-RJ)
Telmário Mota (PTB-RR)
Vanessa Grazziotin (PCDOB-AM)
Abstenção
Lúcia Vânia (PSB-GO)