Senadores têm cobrado da Presidência da República, via redes sociais ou em pronunciamentos, a sanção da proposta que expande o auxílio emergencial. O Projeto de Lei (PL) 873/2020 foi aprovado no dia 22 no Senado e amplia a concessão do benefício de R$ 600 criado em março para trabalhadores informais de baixa renda, durante a pandemia da covid-19.
— O Senado, no meu entendimento, está fazendo um mutirão positivo para aprovar o bem-estar da nossa gente, para garantir o mínimo de dignidade humana, saúde, emprego, renda e para facilitar o funcionamento das empresas. Faço um apelo aqui, como tantos outros, ao Executivo, para que sancione o PL 873, que amplia o auxílio emergencial para os que mais precisam — disse o senador Paulo Paim (PT-RS) na sessão remota do dia 27.
De acordo com o PL 873/2020, também terão o direito de receber o benefício mais de 70 categorias de trabalhadores atingidos pela pandemia. Entre elas, agricultores familiares, catadores de recicláveis, taxistas, professores contratados que estão sem salário, personal trainers, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos, além de feirantes. Serão também contemplados diaristas, trabalhadores de salão de beleza, mães adolescentes e pais que tomam conta sozinhos dos filhos, entre outros.
O senador Weverton (PDT-MA) registrou o esforço que o Congresso Nacional vem fazendo para aprovar medidas de enfrentamento à situação crítica do país e como tem tentado auxiliar a população mais carente. Mas, para que essa ajuda se concretize o mais rapidamente possível, o Planalto, afirma, precisa ser ágil.
— Aguardamos a sanção presidencial para que esses trabalhadores que foram incluídos nesse novo projeto possam ser atendidos — disse na sessão de terça-feira (28).
O Executivo tem até o dia 14 de maio para vetar ou sancionar a proposta.
Filas
O governo federal também foi cobrado para que acelere a liberação e o pagamento do auxílio a quem já obteve o direito ainda na primeira fase, mas até agora não recebeu o dinheiro ou está com o pedido “em análise”. A lentidão, a burocracia e o atraso nas autorizações para saque vêm causando aglomerações desnecessárias e tumultos em frente a agências da Caixa Econômica, facilitando a propagação do vírus e o aumento do número de casos da doença, o que foi bastante criticado pelos parlamentares. Fotos com milhares de pessoas expostas em filas por todo o Brasil foram divulgadas nas redes sociais e pela imprensa.
“É lamentável a forma como o governo federal trata os que mais precisam. Em vez de terem organização para pagar o auxílio emergencial, que é um direito do povo, eles tratam com esse descaso. É um governo desumano que não se importa com a vida do povo. Merecem o lixo da história!”, disse, via Twitter, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor da proposta que ampliou o alcance do benefício.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) cobrou foco do presidente Jair Bolsonaro
Não vejo problema se o PR [presidente da República] reserva tempo para praticar tiro. É atividade lícita, e ele quer se divertir. Vejo problemas no poço de ineficiência em que o MS [Ministério da Saúde] foi transformado e na lentidão no atendimento aos cidadãos, que se acumulam nas filas da Caixa. Falta foco nos problemas reais”, >publicou no Twitter. >
Eduardo Braga (MDB-AM) relatou ter recebido muitas mensagens de cidadãos beneficiários que estão com dificuldades para lidar com o aplicativo para celular, não conseguem ver seu pedido aprovado nem ter acesso aos recursos.
“Faço um apelo à Caixa, ao Ministério da Economia e a todos os envolvidos, para que implementem medidas urgentes que resolvam a situação. Cada dia a mais com o cadastro em análise ou com o aplicativo fora do ar pode significar a fome para milhões de brasileiros”, salientou, pelo Twitter.
Major Olimpio (PSL-SP), também pelo Twitter, cobrou celeridade do governo
“A população pede socorro AGORA. Temos projetos importantes que precisam ser sancionados imediatamente, independente de partido ou posicionamento político”.
Senadores da bancada petista compartilharam imagens com a frase: “Com filas e descaso, desgoverno Bolsonaro continua atrasando o pagamento do auxílio emergencial”.
“O auxílio emergencial é um direito da população! O povo tem fome!”, publicou o senador Paulo Rocha (PT-PA).
Bolsonaro, o povo precisa comer! O auxílio emergencial é um direito da população”, escreveu Rogério Carvalho (PT-SE).
Fonte: Agência Senado