Além de reajuste justo, trabalhadores buscam melhores condições de trabalho
Após votação em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (20), na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Pelotas (STTRP), os trabalhadores da categoria decidiram iniciar greve por tempo indeterminado. Além de reajuste salarial justo, os trabalhadores também reivindicam melhores condições de trabalho.
A cidade de Pelotas, que fica a 244 km de distância da capital gaúcha, amanheceu sem transporte público. Os cerca de 300 trabalhadores também pedem manutenção de hora extra, adicional noturno e plano de saúde.
Em negociações desde outubro, os trabalhadores pediram 4,5% de ganhos reais, além dos 4% referente à inflação do ano, concedidos pelo Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP). Em contrapartida, e que tem causado revolta nos trabalhadores, é o fato de a passagem do transporte público ter um aumento 10,05%, além de outros benefícios concedidos às empresas.
“As empresas ainda estão pagando menos R$ 0,46 no litro do óleo combustível, além dos ganhos com o fim da gratuidade nas passagens dos usuários com menos de 65 anos. Eles não sentaram com o trabalhador. “A gente está negociando desde novembro. Não havia necessidade de chegar a esse ponto. A ausência de ganho real no reajuste é um desrespeito com o trabalhador”, disse o presidente do STTRP, Claudiomiro Amaral, à imprensa local.
O presidente da entidade também falou sobre a participação da CSB no movimento. “Estamos juntos com a CSB, que, através do Júnior, tem nos dado todo apoio, principalmente em questões de conhecimento. Com certeza, aprendemos muito com ele”, falou.
A Seccional Rio Grande do Sul da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) tem dado todo apoio ao sindicato, e, segundo o representante da Central, Dercírio Cardoso, o Júnior, a entidade permanecerá ao lado dos rodoviários.
“A CSB atendeu prontamente a um pedido dos rodoviários e estamos dando todo suporte técnico e o apoio físico ao movimento para que ele consiga o seu objetivo, que é dar condição de trabalho decente aos trabalhadores. Estamos desde início e vamos permanecer até o final da greve, que seja com êxito”, explicou Junior.
O dirigente também comentou outros pontos de reivindicação do movimento grevista. “Eles receberam 10,05% de reajuste na tarifa e não querem dar 8% aos trabalhadores. Isso sem contar as tabelas de horários muito apertadas, que faz com que o trabalhador fique mais de sete horas rodando sem poder ia ao banheiro. Os trabalhadores estão em condições sub-humanas. Então, não é só a questão do reajuste, é melhores condições de trabalho que estão sendo pleiteadas”, finalizou.