O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) informou nesta quinta-feira que a ampliação no ritmo de redução na taxa de juros foi ocasionada pela desaceleração da economia do País no segundo semestre de 2011 e de indicações vindas do exterior que apontam para uma extensão nos prazos para que a crise na Europa seja solucionada.
Na ata com detalhes sobre a reunião de semana passada, o Copom atribuiu “elevada probabilidade” à concretização de a taxa básica de juros se deslocar e se estabilizar no patamar ligeiramente acima dos mínimos históricos.
A Selic atingiu sua mínima histórica, de 8,75% ao ano, em 23 de julho de 2009, permanecendo neste patamar até 29 de abril de 2010. Com essa sinalização do BC, analistas apontam que existe grande probabilidade de a autoridade monetária realizar mais um corte de 0,75 ponto percentual na reunião do Copom em abril, e encerrar o ciclo de redução dos juros em 2012 com a taxa Selic em 9% ao ano.
Na semana passada, o IBGE divulgou que a economia do Brasil teve um crescimento de 2,7% em 2011. Um ano antes, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 7,5%.
Na quarta-feira da semana passada, dia 7 de março, o Copom acelerou o passo e reduziu a taxa básica de juros do País em 0,75 ponto percentual, para 9,75% ao ano, voltando ao patamar de um dígito depois de quase dois anos.
Evolução da Selic
“O Copom atribui elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares ligeiramente acima dos mínimos históricos, e nesses patamares se estabilizando”, informou o BC.
Para 2012 e 2013, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Atualmente, a inflação oficial medida pelo IPCA está em 5,85% no acumulado em 12 meses, com sinais de recuo nos dois primeiros meses deste ano.
De acordo o BC, o cenário inflacionário evoluiu de acordo com o esperado. “Dessa forma, não detecta mudanças substantivas nas estimativas para o ajuste total das condições monetárias subjacente a esse cenário”, informou a autoridade monetária.
No documento divulgado nesta quinta-feira, afirma que no cenário de referência, com uma taxa de câmbio estável em R$ 1,70 por dólar e juros básicos em 10,5% ao ano, que estava em vigor até a reunião de semana passada do Copom, a projeção de inflação para 2012 se encontra abaixo da meta central de 4,5%.
No entanto, no próximo ano, a projeção da autoridade monetária ainda estaria acima da meta, mais próxima das expectativas para juros e câmbio elaboradas pelos analistas do mercado financeiro para os próximos meses.
Fonte: IG