Dicas de como melhor utilizar as mídias sociais, papel dos sindicatos e terceirização foram temas das palestras no segundo dia de Congresso da CSB em MG
Como utilizar as redes sociais para aproximar meu sindicato dos associados e da sociedade? Como aumentar o engajamento do meu público? Com o objetivo de orientar sobre o melhor uso das mídias sociais para sindicatos e responder a essas questões, subiu ao palco do Congresso Estadual da CSB, em Minas Gerais, o historiador e mestrando em educação Márcio Carvalho. A palestra foi uma das primeiras desta quarta-feira (13), que contou com mais cinco apresentações ao longo do dia.
A principal ideia da utilização das redes sociais como canal de diálogo entre entidades sindicais e trabalhadores, de acordo com Márcio, é refletir sobre a comunicação de forma inteligente. É entender que facebook, YouTube, Twitter e Instagram são ferramentas de comunicação para se criar e manter liderança no movimento sindical; e comunicação é uma ferramenta de organização, visto que 58% do povo brasileiro é internauta e 79% destes utilizam as redes dentro de casa. Ou seja, existe uma ampla base para cada sindicato construir sua própria matriz online de militância e fortalecer as lutas sociais se souber utilizar as mídias a favor do interesse do público.
“As redes sociais não são uma moda, são parte da vida das pessoas.”
“Então, para começar, a comunicação não pode ser banal e massiva. Ninguém dá credibilidade para mensagens deste tipo. E ante de tudo, é necessário planejamento e decisão política: definir com quem, como e de que forma eu quero conversar na internet. Passou o tempo de enxergar a comunicação como um acessório das lutas para vê-la como centro do debate. Eu defendo que os sindicatos devem fazer uma comunicação hegemônica, que defende a classe trabalhadora e não o lucro. [Afinal], ser dirigente é dar exemplo”, explica o palestrante.
Segundo Márcio, para ter chance de alcançar tais objetivos nas mídias sociais, aumentar a eficácia das ações de comunicação e marketing, sociabilizar conteúdo e engajar audiência é preciso que a mensagem seja interessante ao outro e que ela seja direcionada ao grupo de interesse correto – o maior desafio de qualquer processo comunicacional, principalmente quando um dos agentes da conversa é o sindicato. De acordo com o especialista, a maioria dos brasileiros navega pela internet por lazer, e não para debater o cenário político e econômico do País.
“Às vezes a massa não entende o que mundo sindical quer dizer. Ou seja, há um exército de pessoas que só consomem o que lhes interessa. [Por isso], reforço que nas redes sociais estamos numa relação horizontal, em que enviamos uma mensagem e quando recebemos uma resposta, é quase um carinho e precisamos respondê-la de volta, mantendo o compromisso com a verdade. Além de ter uma comunicação ágil, com vídeos de 40 segundos, legendas de 3 linhas no facebook, textos de no máximo 8 linhas no WhatsApp”, orienta.
O palestrante ainda listou mais 10 dicas de como conquistar melhores resultados nas redes sociais, aumentar a visibilidade de liderança, divulgar ações e realizar um diálogo em tempo real com a sociedade civil em um cenário no qual 89% dos internautas estão no celular, um objeto íntimo e que exige respeito à privacidade do público. Entre elas, estão: humanizar o conteúdo, fazer textos curtos e ter uma linguagem simples.
Interessado em conhecer o restante das dicas, faça o download da apresentação de Márcio Carvalho aqui.
A importância da comunicação e de manter a base filiada bem informada também foi destaque da palestra do Dr. Ronaldo Cheib, que falou sobre o papel das entidades sindicais junto aos servidores. Para o jurista, a credibilidade sustentada pela relação próxima entre sindicato e trabalhadores é fator fundamental nas negociações coletivas voltadas às conquistas de direitos de funcionários públicos municipais, estaduais e federais.
“A autonomia dos entes federados criou um gargalo aos estatutários porque tudo, cada conquista, depende de lei. A Constituição Federal, por exemplo, prevê a Revisão Geral Anual aos servidores, o que garante a correção inflacionária nos salários. Só que embora a Carta Magna assegure isso, a Revisão ainda depende de regulamentação, em outras palavras, de uma lei aprovada a cada ano. Portanto, esta é uma seara onde é imprescindível a atuação do sindicato, que precisa ter a categoria ao seu lado para ir forte à mesa de negociação com o poder público”, alerta Cheib.
De acordo com o palestrante, é a capacidade de representação dos associados que difere os sindicatos dedicados às causas trabalhistas, e uma boa representação só é possível por meio de uma boa comunicação. “Vocês terão que estar cada vez mais próximos da categoria, precisarão conscientizar as pessoas. Muitas vezes os trabalhadores não conhecem seus direitos e está aí a relevância da informação”, conclui.
Também palestraram ao longo do dia o conselheiro federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Bruno Reis, a respeito da terceirização; o procurador do Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal, Erlan Peixoto, sobre ações coletivas pelos sindicatos; a advogada e consultora jurídica Zilmara Alencar, a respeito de Política Sindical e o professor Wendel Pinheiro, que falou sobre a história do trabalhismo e do movimento progressista brasileiro.
Veja abaixo a apresentação de cada palestrante:
Bruno Reis – Terceirização:
Baixe a apresentação do conselheiro federal da OAB Bruno Reis por meio deste link.
Erlan Peixoto – Ações coletivas pelos Sindicatos:
Para assistir à apresentação do procurador do MPT/DF Erlan Peixoto, clique aqui.
E aqui para baixar sua apresentação em Power Point.
Zilmara Alencar – Política Sindical:
Veja neste link a apresentação da advogada Zilmara Alencar.
E leia aqui matéria sobre a palestra da dra. a respeito da contribuição sindical.
Wendel Pinheiro – História do Movimento Progressista Brasileiro:
Já para assistir à palestra do professor Wendel Pinheiro, clique aqui.