Discurso repercute a ação da Central feita em Brasília no final de fevereiro
O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), destacou a importância das lutas da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) em pronunciamento realizado em 25 de março no Senado Federal.
“Na medida, portanto, em que a democracia e a cidadania se fortaleceram, o papel do movimento sindical ganhou expressão e importância ainda maiores, respaldando a necessidade de sua ampliação estrutural e organizacional. Foi exatamente com esse espírito e com essa missão que nasceu a Central dos Sindicatos Brasileiros. Seu vertiginoso crescimento reflete, antes de tudo, o surgimento dessa nova massa de trabalhadores brasileiros, cada vez mais conscientes e presentes nos grandes debates nacionais”, afirmou o senador.
No último dia 26 de fevereiro, o senador recebeu uma delegação de dirigentes da CSB, oportunidade em que a Central lançou no Congresso a Campanha Nacional pela Ampliação dos Direitos Trabalhistas.
Leia abaixo a íntegra do discurso e acompanhe o áudio do pronunciamento clicando aqui.
O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB – RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fundamentada na pluralidade e no apartidarismo, a Central dos Sindicatos Brasileiros é, atualmente, a central sindical que mais cresce em nosso País. Formada no final de 2011, ao reunir 180 entidades em sua base, hoje já conta com cerca de 500 sindicatos e com 23 federações filiadas. A ousada meta para 2013 é atingir a cifra de mil entidades filiadas e, em dois anos, consolidar-se como uma das três maiores centrais sindicais de âmbito nacional.
Tais números, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, dão uma boa medida do momento recente de nosso País. Com o avanço na distribuição de renda e no combate às desigualdades e com a ascensão econômica de boa parte da população, pudemos divisar um novo e alvissareiro horizonte para a classe trabalhadora brasileira.
Em uma década, 28 milhões de brasileiros deixaram a linha da pobreza. O salário mínimo tem tido uma política de recuperação que, se ainda está longe do ideal, já representa um grande avanço em relação ao que era. Em um tempo não muito recente, a briga era para que o salário mínimo chegasse a US$100; hoje, o salário mínimo é de mais de US$300.
Tudo isso, meus nobres colegas, redundou em uma crescente ampliação do prestígio e da estruturação do movimento sindical brasileiro, que não mais se coaduna com amarrações políticas ou com ativismos partidários. O fato é que esse intenso processo de mudanças acaba por afetar, de maneira irresistível, as diversas instituições de participação popular e a forma com que interagem com as múltiplas instâncias de poder.
Na medida, portanto, em que a democracia e a cidadania se fortaleceram, o papel do movimento sindical ganhou expressão e importância ainda maiores, respaldando a necessidade de sua ampliação estrutural e organizacional. Foi exatamente com esse espírito e com essa missão que nasceu a Central dos Sindicatos Brasileiros. Seu vertiginoso crescimento reflete, antes de tudo, o surgimento dessa nova massa de trabalhadores brasileiros, cada vez mais conscientes e presentes nos grandes debates nacionais. Simboliza também a constante evolução e adaptação das lutas sindicais ao momento político e econômico em que vivemos interna e globalmente.
Se, nos anos 1980, a luta era por democracia, os anos 1990 foram marcados pela resistência ao desemprego e pela defesa das conquistas e garantias trabalhistas.
Sr. Presidente, eu li, hoje pela manhã, na mídia nacional, uma matéria em que alguns economistas diziam que, para conter a inflação, era necessário promover o desemprego, um pouco de desemprego, porque o pleno emprego é o que favorece o aumento da inflação. Olha que coisa absurda! Eu nunca tinha visto isso na minha vida! Eu nunca tinha ouvido economista dizer que não é bom para uma inflação baixa o pleno emprego, o desemprego zero, que é preciso que haja desemprego para que a inflação não suba. E olha o momento que o Brasil está vivendo! Espero que o Brasil continue combatendo a inflação, fique com a inflação sob controle, mas com pleno emprego, para que todos os brasileiros possam ter o seu trabalho, ter o seu emprego.
Agora, meus caros colegas, as bandeiras do movimento se posicionam para uma maior e mais efetiva participação dos trabalhadores, com independência e com altivez. Dessa forma, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o País só tem a ganhar com um movimento sindical forte e atuante, organizado sobre ampla base, com total independência política e financeira.
Esse é justamente o princípio e a força motriz que rege a Central dos Sindicatos Brasileiros, com a qual me congratulo na figura de seu competente Presidente, Antônio Fernandes Neto. Eu poderia aqui citar o nome de inúmeros presidentes de confederações de sindicatos brasileiros, mas todas elas estão representadas pelo Presidente Antônio Fernandes Neto. Sindicatos fortes e independentes significam, sobretudo, um País progressista e voltado para o bem-estar da sua gente.
Sr. Presidente Renan Calheiros, que chega neste momento à Mesa, é uma notícia muito importante a de que os sindicatos estão se fortalecendo e a de que o Brasil vive um momento ímpar de pleno emprego. Esperamos que, neste ano, o crescimento fique em torno de 3% do PIB e que o emprego continue a crescer no nosso País.
Era isso o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.