Centrais protestam contra independência do Banco Central e cobram governo

Contra a independência do Banco Central – As centrais sindicais fizeram um ato no centro do Rio de Janeiro nesta terça-feira (14) contra os juros altos no Brasil e cobrando uma atitude do governo contra a independência do Banco Central, responsável por decidir a taxa de juros básica no país. 

O protesto realizado na Avenida Presidente Vargas foi realizado pela Central dos Sindicatos Brasileiros junto às demais centrais para demonstrar indignação diante da taxa básica de juros, a Selic, estar em 13,75% atualmente, tornando o Brasil o país com a maior taxa real de juros do mundo. 

A taxa real de juro é calculada subtraindo a inflação da Selic. O Brasil teve inflação acumulada de 5,79% em 2022, o que deixa o país com taxa real de juros de 7,96%. 

A Selic está em 13,75% desde agosto de 2022. Desde então, já foram realizadas cinco reuniões do Copom, comitê que discute e fixa o valor da Selic, que decidiu manter o patamar elevado.  

O Copom é formado majoritariamente por bancos e outras instituições financeiras, que se beneficiam com os juros altos. 

As centrais pediram a revogação da independência do Banco Central, aprovada durante o governo Bolsonaro, e a renúncia do atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, cujo mandato vai até dezembro de 2024. 

Apesar das críticas que o presidente Lula tem feito à independência do BC, os sindicalistas cobraram atitudes para revogar esse status. Isso porque o tema não é consenso dentro do próprio governo, com membros do primeiro escalão declarando publicamente que nada será feito para acabar com a independência. 

Além da taxa de juros abusivas, que dificultam o acesso a crédito e prejudicam o desenvolvimento econômico, as centrais querem mudança na política monetária do banco, que deve ter também o pleno emprego como um de seus nortes.

Leia também: Presidente da CSB critica lentidão na ação contra a Reforma Trabalhista de 2017

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