Pelos direitos trabalhistas e o legado de Getúlio Vargas, entidades sindicais promovem atos em Porto Alegre (RS)

Data foi escolhida em homenagem ao aniversário da morte de Vargas, o pai da CLT e do desenvolvimento nacional

A cidade de Porto Alegre (RS) foi palco, nesta quinta-feira (24), de diversos atos em defesa dos direitos trabalhistas e do legado deixado pelo presidente Getúlio Vargas. A data foi escolhida em homenagem ao aniversário da morte do estadista responsável pela implantação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que este ano sofreu um grave desmonte com a aprovação e sanção da reforma trabalhista.

As mobilizações começaram com uma reunião entre os dirigentes sindicais de entidades filiadas à Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), na sede do Sindicato de Técnicos do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul (Afocefe), onde foi discutida a atual conjuntura brasileira, em especial a Lei 13.467/17.

Em seguida, diversos dirigentes gaúchos se concentraram com o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes na Esquina Democrática, quando deram início a uma caminhada até a Praça da Alfandega, no centro de Porto Alegre, onde reinauguraram o busto de Getúlio Vargas e uma réplica de sua carta testamento. Para o secretário-geral da CSB, Alvaro Egea, que representou a Central, esse é um momento importante para reafirmação do legado deixado por Vargas, da defesa da CLT e da legislação trabalhista.

“A CLT é o maior programa de inclusão social do Brasil. A partir do momento que Getúlio criou, ela incluiu os trabalhadores. Nós viemos hoje fazer a defesa do seu legado e da independência econômica do País. Getúlio colocou com muita clareza na carta testemunho a necessidade de concretizar e finalizar a independência nacional, e hoje nós vemos que os inimigos da Nação estão vendendo a preço de banana as estatais e entregando o patrimônio nacional para o setor financeiro. É um momento que nós estamos reafirmando a necessidade de restabelecer a soberania nacional e uma política de desenvolvimento, de crescimento econômico, uma política de defesa das riquezas nacionais, como a Eletrobras, que está sendo colocada à venda. Precisamos também defender a política de desenvolvimento industrial, um projeto que traga emprego e melhorias para o povo brasileiro”, falou Egea.

Em um ano obscuro, com perda de direitos por meio de leis que prejudicam diretamente os trabalhadores brasileiros – como a Lei da Terceirização e reforma trabalhista –, o ato de 2017 se transformou em uma mobilização ainda mais importante.

“Esse 24 de agosto de 2017 adquiriu uma importância maior, pois é o ano em que estão tentando destruir a CLT, e é um ano em que o processo de entrega do patrimônio e da riqueza nacional está adquirindo uma velocidade impressionante. Por isso, achamos que, mais do que nunca, nesse 24 de agosto, precisamos reafirmar os ideais de Getúlio e recuperar a independência nacional”, completou o secretário-geral da CSB.

Dando continuidade ao dia de luta pelos direitos trabalhistas, aconteceu no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a 1ª Jornada em Defesa do Servidor Público. Com a organização da Fundação Leonel Brizola, o evento contou com a participação de Ciro Gomes, que debateu com o movimento sindical temas da atualidade política, além das reformas trabalhistas, previdenciária e política no Brasil. Para Ciro Gomes, o Brasil está passando pela pior crise econômica, social, política e moral de sua história.

“O Brasil está com o mais grave problema estrutural da sua história moderna. Durante a redemocratização do País, havia um gravíssimo problema, mas era um problema de desenho institucional. Reinstitucionalizamos o País, devolvemos o voto popular como única ferramenta de ascensão dos homens e mulheres da vida pública ao poder, anistiamos os brasileiros que sumiram, indenizamos as famílias que perderam filhos. Porém, agora, o que está acontecendo é que o tecido nacional está com câncer grave. Por isso, nós precisamos conversar com as lideranças dos trabalhadores brasileiros. Não é trivial o que está acontecendo e nós temos que nos preparar para enfrentar a equação que nós vamos herdar. Precisamos conversar sobre o Brasil”, falou o ex-ministro, que garante que o caminho contra os retrocessos está na luta fora do parlamento.

“Quem aceita a trincheira da luta que o inimigo escolhe está condenado a perder essa luta, e é o que está acontecendo conosco. O que quer dizer que nós temos que produzir fora do parlamento a contrapressão. Na Previdência, quando nós esquentamos as turbinas e com uma unidade rara das centrais sindicais, nós reunimos, fomos às ruas e demos um belo de um susto no parlamento. Resultado, a reforma da Previdência subiu no telhado. Nossa tarefa neste instante é tentar entender por que o nosso povo está catatônico”, concluiu Ciro.

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