Presidente conclama dirigentes e trabalhadores a se unirem em defesa dos seus direitos trabalhistas
“A classe operária é muito forte. Já derrubou a ditadura. E não é agora, na democracia, que irá enfraquecer”. Com o objetivo de debater o futuro do movimento sindical e traçar estratégias de resistência aos retrocessos determinados pela reforma trabalhista, o presidente Antonio Neto abriu, nesta segunda-feira (21), o primeiro dia de debates e palestras da Reunião da Diretoria Executiva Nacional, em São Paulo. A cerca de 150 dirigentes sindicais e advogados, Neto destacou que “nunca os trabalhadores precisarão tanto de seus sindicatos fortes, como precisarão agora”.
Aprovada em julho deste ano, em uma postura covarde da Câmara dos Deputados e do Senado, a reforma acarretará a partir de 11 de novembro uma série de precarizações às relações de trabalho e ameaças à organização dos trabalhadores brasileiros. Trabalho intermitente, autônomo e jornada e trabalho são algumas das regras que entrarão em vigor, cujas consequências o presidente aponta como prioridades prementes dos debates e atos sindicais.
De acordo com Neto, o cenário político atual pede uma análise fria e metódica para que os sindicatos encontrem instrumentos de fortalecimento da luta classista.
“Esta é uma reunião histórica. O momento é complicado e desafiador. E eu espero que ao final desses três dias de discussões vocês percebam que vamos dar um salto na organização dos trabalhadores com coragem e parcimônia. Nós sabemos que a reforma trabalhista foi aprovada sem um debate amplo entre Congresso e sociedade. Pela primeira vez na história recente, o Senado abriu mão de legislar. Mas, ela [a reforma] já é uma realidade. Portanto, cabe a nós, sindicalistas, enfrentarmos este fato. Temos a missão de aprofundar as discussões e orientar os trabalhadores”, avaliou.
Para Neto, apesar das agressões explícitas à Constituição Federal, o movimento sindical não pode desanimar diante da nova ordem jurídica. Durante a abertura do evento, o sindicalista relembrou a legislação das cooperativas da década de 1990 como exemplo de enfrentamento a possíveis aplicações criminosas da nova lei. Segundo Neto, na época, práticas fraudulentas aos vínculos trabalhistas foram combatidas pela união entre sindicatos, Ministério Público e Justiça do Trabalho. Além disso, o presidente reforçou a conduta aberta ao diálogo e à negociação da Central, que repudia o ataque do governo à sustentabilidade e estabilidade financeira dos sindicatos.
“A CSB nunca negou o diálogo e também nunca negou a luta. Então, nós vamos entrar numa fase difícil, mas precisamos estar organizados e saber o que fazer. A questão da contribuição compulsória ainda vai dar muito pano para a manga, mas o que é certo é que teremos de questionar os princípios de forma diferente; vamos ter de denunciar os abusos e os assédios da lei nos fóruns nacionais e internacionais. Os sindicatos filiados à CSB sabem que em todos os cantos do Brasil essa Central tem direção, compromisso e vai apontar os caminhos”, concluiu Neto.
A abertura feita pelo presidente da CSB vai ao encontro da mensagem que Antonio Neto divulgou às entidades sindicais filiadas à CSB, no dia 15 de agosto, que conclama os sindicalistas a estarem firmes na luta contra as consequências da reforma trabalhista. Assista:
Confira a programação completa da Reunião da Diretoria Executiva Nacional da CSB: