O anúncio nesta quinta-feira (05) de um acordo entre duas fabricantes de aviões, a brasileira Embraer e norte-americana Boeing, para a criação de uma nova companhia, é mais uma prova da entrega de setores estratégicos do Brasil aos interesses internacionais.
A Embraer, empresa nacional, maior fabricante de aeronaves do País e a principal fornecedora da Força Aérea Brasileira (FAB), já havia sido privatizada na década de 1990, e agora o atual governo ilegítimo e entreguista dá mais um passo na transferência da soberania nacional para as mãos dos americanos.
Avaliada em US$ 4,75 bilhões, a nova empresa terá 80% de seu negócio controlado pela Boeing, ficando apenas 20% com a Embraer. Ao contrário da informação dada nesta quinta pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, de que “não se vai entregar nossos conhecimentos, nem vamos perder nossa capacidade dentro da Embraer”, a união entre as duas empresas ameaça severamente a segurança do País.
A capacidade tecnológica e a soberania da Embraer, conquistadas durante anos de trabalho de seus engenheiros e especialistas, e com tecnologia nacional, mostra-se sensivelmente comprometida diante da divulgação do controle soberano da Boeing sobre as atividades da nova empresa.
Mantendo sua sanha pelo controle de áreas estratégicas para a soberania nacional, a exemplo da Petrobrás, o interesse estrangeiro, sobretudo o dos Estados Unidos, em controlar setores essenciais para o Brasil se faz presente a cada assinatura de um acordo como o desta quinta-feira. O petróleo brasileiro já é motivo da cobiça yankee, agora chegou a vez da nossa tecnologia no setor da aviação ser alvo dos mesmos interesses escusos.
Diante disso, a CSB repudia a negociação entre Boeing e Embraer e continuará atenta ao desenrolar de mais essa manipulação, que afronta os interesses nacionais com a plena anuência de um governo que mostra a cada dia o seu descaso com o patrimônio do Brasil e de seu povo.
Central dos Sindicatos Brasileiros