Evento começou nesta terça-feira (28) e vai até o dia 30 para construir uma Proposta de Emenda à Constituição, que será levada ao Congresso
Teve início, na tarde desta terça-feira (28), o I Encontro dos Profissionais da Segurança Pública da CSB. O evento, que acontece até o dia 30, pretende debater a realidade do setor e construir uma proposta de segurança para o Brasil. Na abertura, que contou com a presença de autoridades, os dirigentes da categoria se dispuseram a dialogar, discutir e trazer estratégias para um modelo de segurança que alcance não apenas os profissionais, mas também, e sobretudo, toda a sociedade brasileira. Ao final do evento será definida uma Proposta de Emenda à Constituição que será apresentada ao Executivo e Legislativo.
O presidente Antonio Neto destacou que o Encontro é mais uma prova do compromisso da CSB com o fortalecimento dos sindicatos e capacitação de seus dirigentes
“Esta é a nossa cara: organizar os sindicatos, preparar os dirigentes, para que possamos contribuir com o desenvolvimento e geração de emprego, para que o Brasil possa estar onde deveria estar”, disse o presidente, que destacou a posição da CSB contra a terceirização no serviço público. “Espero que vocês construam o que é o nosso sonho, apresentar uma proposta que venha a acrescentar a todos os brasileiros”, completou Neto.
Flávio Werneck, vice-presidente da CSB e presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (SINDIPOL/DF), é um dos organizadores do evento e convocou todos os dirigentes ao debate. Segundo o dirigente, “a CSB tem um projeto de segurança pública para o Brasil e para os brasileiros”.
Werneck afirmou ainda que não há atualmente uma polícia que faça o trabalho de polícia comunitária e seja uma mediadora junto à população. “Somos prestadores de serviço à sociedade brasileira. Temos de ouvir o clamor da sociedade”, reiterou.
O deputado federal Aluisio Mendes (PTN-MA) é representante da segurança pública no Congresso Nacional e criticou a PEC 287, que trata da Reforma da Previdência e prejudica os trabalhadores da segurança. “É preciso fazer uma auditoria da Previdência, identificar os fraudadores e cobrar os devedores. Após isso, sim, podemos trabalhar uma reforma justa que respeite os direitos adquiridos”, disse Mendes, que parabenizou a CSB pela realização do evento e destacou a importância da mobilização popular no Congresso para que os temas de interesse nacional evoluam.
Para Leandro Allan, vice-presidente da CSB e presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias (SINDPEN/DF), é urgente a valorização dos servidores públicos. “Não podemos aceitar o que está acontecendo em nosso país de braços cruzados. Está na hora de pensarmos numa greve geral. O sindicato precisa ter um papel mais forte contra a PEC 287”, disse Allan sobre a necessidade permanente de mobilização do movimento sindical.
Diálogo, estratégias e união
“Somos a última fronteira contra a barbárie. Somos fronteiras sociais.” Com esta definição o presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado de São Paulo (SINPRF-SP), Fábio Luís de Almeida, destacou o papel do Poder Legislativo na construção do futuro do Brasil e a importância do evento para as estratégias de mudanças no setor.
As condições de trabalho dos profissionais foram lembradas por João Batista Fernandes, presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça no Estado do Ceará (SINCOJUS/CE). Fernandes afirmou que 50 oficiais de justiça já morreram durante o exercício da profissão.
“Hoje se propõe um desmonte dos serviços públicos e dos sindicatos. A segurança tem de passar por todos os níveis, na valorização da vida de pais e mães, para uma sociedade mais justa para todos”, destacou.
Um dos palestrantes do evento, Armando Ferreira, presidente do Sindicato Nacional da Polícia Portuguesa, foi categórico. “Somos um dos principais pilares de uma democracia”.
Luís Antônio de Araújo Boudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF), disse que “ver uma central se inserir no contexto da segurança para apresentar soluções é uma coisa fantástica”. Segundo o dirigente, três palavras acompanham o trabalho conjunto pela segurança pública: coragem, pioneirismo e inteligência para agregar as forças.
Na análise do presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), Janio Bosca Gandra, “o sistema de segurança [do Brasil] está carcomido pelo tempo”. “Temos tecnologia, mas somos um povo sofrido, com profissionais da segurança pública desvalorizados”, criticou.
Fábio Almeida, representante da Ordem dos Policiais do Brasil, entidade que congrega 11 categorias de segurança, destacou os principais pilares a serem discutidos: carreira única, natureza civil e ciclo completo de polícia. “Que esse vento produza de fato efeitos concretos para quem está lá na ponta”, afirmou.
“O garantidor da democracia são as polícias, que garantem a todos o direito de ir e vir”, disse Pedro da Silva Cavalcanti, presidente Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), sobre a importância da segurança pública para o País.
Oseas Francisco da Silva, presidente da Conferência Nacional das Guardas Municipais (CONGM), saudou a CSB pela realização do evento. “É o momento das centrais, da sociedade, de pautarem suas estratégias como prioridade”.