A especialização de mão de obra e capacitação de recursos humanos estão entre os principais desafios
De acordo com dados do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore), com a construção de quatro novos estaleiros, cerca de 30 mil empregos deverão ser gerados nos próximos dois anos e os profissionais do setor precisam estar preparados para as exigências do mercado.
Baixa qualificação técnica, alta rotatividade, salários inflacionados e a recente desaceleração da atividade colocaram em xeque a expectativa de produtividade das empresas do setor de construção naval. Segundo Cinthya Eliza Lopes Zeballos Dias, gerente de vendas da Kongsberg Maritime Training do Brasil, a busca por treinamento e qualificação tem crescido muito nos últimos três anos, principalmente em decorrência de incidentes e acidentes, que levaram a um denominador comum: a necessidade de capacitar tecnicamente a tripulação. “Quanto mais experiência, menores são as chances de falhas”, explica.
Segundo Cinthya, os treinamentos nas áreas de posicionamento dinâmico e automação, especializações que a indústria naval mais demanda, são os mais procurados na Kongsberg.
Outra demanda da indústria referente à mão de obra é sobre os soldadores. O presidente do estaleiro Levefort, Carlos Paggiaro, confirma a dificuldade de encontrar profissionais. “Temos dificuldade para encontrar mão de obra qualificada. A rotatividade no setor é muito alta, principalmente na área de soldagem. Precisamos buscar profissionais na região”.
A falta de qualificação da mão de obra disponível tem um custo alto para a indústria local e fica evidente quando se compara a produtividade brasileira com a de outros países. Enquanto no Brasil são produzidos 3kg de eletrodos por dia, no Japão, essa é a média produzida em cerca de uma hora.
Fonte: Sincomam