Indicado ao Oscar, Ainda Estou Aqui faz história resgatando trauma da ditadura militar

Pela primeira vez na história do Oscar, considerado a maior premiação do cinema mundial, um filme brasileiro disputará a categoria de Melhor Filme, na cerimônia que ocorre no dia 2 de março, em Los Angeles, nos Estados Unidos. “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, também disputará como um dos favoritos o prêmio de Melhor Filme Internacional.

A atriz Fernanda Torres foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz, categoria à qual sua mãe, Fernanda Montenegro (que faz uma pequena participação em Ainda Estou Aqui), também foi indicada, em 1999, pela atuação no filme Central do Brasil.

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Fernanda Torres interpreta o papel de Eunice Paiva, esposa e mãe de quatro filhos que enfrenta o desaparecimento do seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, que foi torturado e morto pela Ditadura Militar (1964-1985). Após o desaparecimento de Rubens Paiva, Eunice se forma em Direito e luta pelo reconhecimento por parte do Estado de que seu marido havia sido assassinado por agentes da ditadura, até finalmente conseguir que o atestado de óbito fosse emitido.

As indicações coroam o sucesso do filme, que já foi assistido no cinema por quase 4 milhões de brasileiros, apesar de uma campanha de boicote por políticos e militantes da extrema-direita, que ainda hoje nega que o regime militar tenha sido um período de ditadura.

O filme despertou a emoção e a memória de muitos sindicalistas que viveram o período e também enfrentaram a repressão e perserguição da ditadura, representando um dos grandes pilares de resistência democrática no período e cuja luta foi essencial para a redemocratização.

“Vi as dores da violência da ditadura em minha casa com a cassação, perseguição e isolamento que meu pai, Guarino, sofreu. A ditadura não era cruel somente com seus alvos, mas com a ‘esposa do comunista’, com o ‘filho do comunista’ e assim por diante. A história de Eunice Paiva se confunde com a de milhares de mulheres que tiveram que sustentar os alicerces de um lar sob o fogo cruzado do aparelho de repressão do Estado”, diz o presidente da CSB, Antonio Neto.

A atriz brasileira já havia feito história ao vencer o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama, prêmio considerado o segundo mais importante do cinema mundial e um “aquecimento” para o Oscar.

Leia também: Clemente Ganz: Sindicatos são fundamentais para proteger as democracias

Foto: reprodução

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