Com apoio da CSB, rodoviários de Porto Alegre fazem greve contra privatização da Carris

Os rodoviários de Porto Alegre (RS) iniciaram uma greve nesta segunda-feira (2) contra a privatização da Carris (Companhia Carris Porto-Alegrense), responsável por 22,4% do transporte público na cidade, cujo leilão foi realizado no início da tarde. A greve paralisou 11 das 21 linhas operadas pela estatal.

Tacimer da Silva, secretário nacional de transportes da CSB e presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Rio Grande do Sul (Fetrarod), mobilizou os companheiros da categoria para prestar apoio aos trabalhadores do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Porto Alegre (Stetpoa), que organizaram a paralisação contra a venda da empresa.

A Viamão venceu o leilão com um valor próximo do lance inicial, que era de R$ 109 milhões, oferecendo R$ 109,965 milhões, que serão pagos em 121 parcelas. Na prática, a empresa era a única concorrendo, já que a outra interessada, a Viação Mimo, foi desclassificada pela prefeitura de Porto Alegre, que alegou que ela não cumpria os requisitos do edital.

A prefeitura afirmou que os trabalhadores da companhia terão 12 meses de estabilidade após a privatização da Carris ser concluída e a nova empresa assumir a operação.

Precarização do transporte

De acordo com o coordenador do Programa de Mobilidade Urbana do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Rafael Calabria, a privatização da Carris igualará Porto Alegre à maioria das grandes cidades brasileiras, que têm um transporte público monopolizado e totalmente operado pela iniciativa privada.

Veja também: CSB e autoridades prestigiam posse da nova diretoria da Fetrarod em Caxias do Sul

Para ele, a qualidade nesses casos tende a “despencar”, porque não corre nenhum risco de os empresários perderem o serviço caso precarizem as condições na busca de maximização dos lucros.

“O principal ponto que deve despencar é a qualidade. Os empresários vão poder descumprir frequência, não cumprir horário de partida, precarizar mais os veículos, porque não vai ter nenhuma pressão de melhoria feita pela Carris, como empresa pública. O empresário não vai mais ter uma concorrência com empresa pública, então não vai ter nenhum risco de eles perderem o serviço, de eles serem ameaçados, da Prefeitura poder impor alguma mudança, porque eles vão ter total controle do serviço”, explica.

Mais antiga empresa de ônibus do Brasil

A Carris foi fundada em 1872 e, inicialmente, operava uma linha de bonde ainda puxado por mulas entre o Centro e o Menino Deus. Em 1908, entrou em circulação o primeiro bonde elétrico e, em 1929, os primeiros ônibus da empresa começaram a operar.

De 1928 a 1952, a empresa foi administrada pela norte-americana Bond & Share, integrante de um grupo da General Electric. Porém, a prefeitura de Porto Alegre intervém e retoma o controle após o desinteresse dos americanos em garantirem a qualidade do serviço.

Os últimos bondes elétricos circularam em 1970, quando a Carris passou a operar exclusivamente com ônibus.

Com informações de: Brasil de Fato e G1

Foto 1: Guilherme Almeida/Correio do Povo

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