Paralisação nacional de 14 de junho contra os retrocessos do governo Bolsonaro atingiu todas as capitais e centenas de cidades em todo o Brasil
Mais de 45 milhões de pessoas cruzaram os braços e foram às ruas do Brasil na greve geral que entrou para a história do País neste 14 de junho. Até o final da tarde desta sexta-feira, pelo menos 300 cidades de todos os estados tinham registrado protestos e paralisações. O Brasil parou para dar um basta na reforma da Previdência, nos cortes na educação e ainda reivindicar a geração de empregos. São mais de 13 milhões de pessoas sem conseguir uma ocupação formal.
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Um dos principais atos aconteceu na Avenida Paulista, na capital de São Paulo. Organizado pelas centrais sindicais e movimentos sociais, o evento contou com o apoio de 31 entidades. Representação dos professores, instituições de ensino, dirigentes de várias categorias, parlamentares, representantes de partidos políticos, lideranças dos movimentos sociais e trabalhadores lotaram uma das principais avenidas da cidade para mostrar ao governo que a população não vai admitir retrocessos nos direitos.
Aires Ribeiro, vice-presidente da CSB, representou Antonio Neto e conclamou a unidade das centrais na defesa das conquistas históricas dos trabalhadores. Segundo o dirigente, “as entidades continuarão na luta e pressionando os parlamentares para barrar a PEC 06 no Congresso.
Após grande resultado pela manhã, os manifestantes voltaram a ocupar as ruas do País. Em Porto Alegre (RS), dirigentes da CSB Rio Grande do Sul fizeram o chamado “Enterro da Aposentadoria” em referência ao que Bolsonaro e Guedes querem fazer com a Previdência dos brasileiros.
O Sindivigilantes de Passo Fundo (RS) e Região marcou presença no ato de protesto realizado na Praça do Teixeirinha. Em Campinas (SP), dirigentes do Sindpd participaram de ato no centro.
Em Pernambuco, os manifestantes se reuniram no cruzamento entre a Rua do Sol e Guararapes, no bairro da Boa Vista, e também fecharam a Rua da Aurora. Em seguida, os participantes saíram em passeata pelas ruas centrais da cidade, em direção ao bairro da Soledade.
Na cidade de Carpina, Maria das Mercês Silveira, vice-presidente da CSB, esteve à frente de ato contra os desmandos do prefeito, que se recusa a reajustar os salários dos professores da cidade. A categoria reivindica, além do fim nos cortes na educação do Brasil, o pagamento do terço de férias de 2018 e reajuste salarial do Piso Nacional do Magistério dos últimos três anos, que gera um déficit de cerca de 19%.
Em Florianópolis (SC), militantes saíram em passeata pelas ruas do centro para conversar com os comerciantes sobre a importância da greve para preservar a previdência pública. A maioria dos trabalhadores no comércio apoiou a mobilização e quase todas as lojas fecharam as portas em apoio à greve geral.
Caminhada pelas ruas em Aracaju, em Sergipe, reuniu trabalhadores, estudantes e movimentos populares contra o fim da aposentadoria e os cortes da educação. João Pessoa, na Paraíba também contou com ações na tarde desta sexta.
Na capital carioca, o ato aconteceu no ponto tradicional de mobilização da cidade, a Candelária.
Veja a cobertura dos atos pela manhã
Dirigentes da CSB, desde a madrugada, estiveram nas garagens de ônibus e nas principais rodovias. Os efeitos da paralisação foram sentidos em todo o Brasil. Veja o balanço da manhã desta sexta-feira, 14 de junho de 2019: dia em que os trabalhadores do Brasil se juntaram para dar um basta aos retrocessos do governo Bolsonaro.
Ceará
A capital, Fortaleza, foi tomada por mais de 100 mil trabalhadores, além de dirigentes da CSB e outras centrais, contra a reforma do Executivo. A concentração começou na Praça da Bandeira, no centro. Taxistas, comandados por Francisco Moura, presidente da CSB CE, e trabalhadores rurais comandaram a passeata que tomou conta das principais ruas da capital.
Rio Grande do Sul
A CSB RS, Fessergs e Femergs atuaram durante a madrugada nas garagens dos ônibus para convidar os motoristas a manterem a integralidade da greve. Os trens também amanheceram paralisados na Região Metropolitana de Porto Alegre. Na capital gaúcha, as garagens da empresa Presidente Vargas e Gasômetro ficaram bloqueadas.
Na cidade de Sapiranga, os manifestantes tomaram completamente a Rodovia 239. Sindicatos filiados à CSB em todo o estado mobilizaram a população. Houve atos em Frederico Westphalen, Lagoa Vermelha, Passo Fundo, Pelotas, Santa Rosa e Uruguaiana.
Minas Gerais
Os protestos começaram na região metropolitana de Belo Horizonte e se estenderam também para as rodovias MG-010, na capital; na Fernão Dias, em Betim; na BR-040, em Congonhas; na MG-129, em Mariana; e na BR-356, em Ouro Preto. As estações de metrô amanheceram fechadas.
O SISIPSEMG e os servidores do IPSEMG tomaram as ruas da capital. Antonieta de Faria, presidente da CSB Mulher, e Maria Abadia comandaram a manifestação.
Em Uberlândia, parte das escolas municipais e estaduais, além da Universidade Federal (UFU), ficaram sem aula. Em Juiz de Fora, também houve adesão à paralisação em parte das escolas da rede estadual e na Universidade Federal (UFJF).
Na cidade de Juiz de Fora, o presidente da CSB MG, Cosme Nogueira, comandou a manifestação no centro da cidade.
São Paulo
Na capital paulista, quatro linhas do metrô tinham operação parcial no início da manhã. Houve protesto na Avenida do Estado, que liga São Paulo às cidades do ABC Paulista, em Santo André. A fábrica da Mercedes Benz amanheceu fechada.
Em Santos, litoral paulista, manifestantes caminharam da entrada da cidade até o centro. No interior, em Sorocaba, motoristas cruzaram os braços e, no início da manhã, nenhum dos 352 ônibus saiu das garagens das empresas que operam o transporte público na cidade. A Rodovia dos Imigrantes foi tomada pelos manifestantes em Diadema. O mesmo aconteceu com a Rodovia Rodovia Helio Smidt, em Guarulhos, e com o Terminal Ferrazópolis, em São Bernardo do Campo.
Interior
Dirigentes da CSB paralisaram empresas de ônibus em Presidente Prudente, Bauru e Itatiba. No Vale do Paraíba, o transporte público operou parcialmente no início da manhã em São José dos Campos e Jacareí. Em Taubaté, o transporte ficou paralisado. Em Tremembé, houve mobilização de trabalhadores. As centrais sindicais também realizaram atos em frente a empresas em São José dos Campos, Jacareí, Taubaté e Pindamonhangaba. Em Ribeirão Preto, uma grande passeata tomou conta das ruas do centro.
Rio de Janeiro
Pelo menos quatro pontos importantes da capital foram tomados por protestos e algumas das principais vias foram parcialmente fechadas. Houve protesto na Avenida Brasil, uma das mais importantes do Rio. Na cidade de Campos, foi realizado um ato na BR-101 no fim da madrugada.
Distrito Federal
No Distrito Federal, a paralisação afetou o funcionamento dos ônibus e do BRT. Ônibus de várias regiões pararam de circular desde as 5 horas, e a Rodoviária do Plano Piloto, principal terminal da capital, tinha plataformas vazias. Escolas públicas e a Universidade de Brasília também ficaram sem aula. A Força Nacional reforçou a segurança no DF.
Paraná
Em Curitiba, ônibus bloquearam ruas às 6h30. As garagens de algumas empresas de transporte coletivo ficaram fechadas. Em Londrina e em Maringá, na região norte do Paraná, ônibus também pararam.
Santa Catarina
Florianópolis e Blumenau tiveram os serviços de transporte público interrompidos e manifestações em rodovias. A CSB SC começou cedo nas manifestações com dirigentes em Blumenau e Criciúma à frente dos protestos.
Alagoas
Em Maceió, rodoviários atrasaram em 2 horas a saída dos ônibus.
Bahia
Em Salvador, ônibus e trens não circularam. Manifestantes protestaram em várias vias da cidade.
Paraíba
Em João Pessoa, protestos bloqueavam vias e garagens de ônibus no início da manhã. Em Campina Grande, trabalhadores do setor de telemarketing aderiram em massa à greve.
Sergipe
Várias categorias aderiram à paralisação; manifestantes se concentraram em algumas garagens do transporte coletivo de Aracaju.
Maranhão
Em São Luís, motoristas de ônibus paralisaram as atividades desde as 4 horas da manhã.
Goiás
Trabalhadores se reuniram de madrugada em frente à garagem da Metrobus, de onde saem os ônibus do Eixo Anhanguera. Pelo menos três escolas, uma estadual e uma municipal, amanheceram fechadas.
Pará
Dirigentes e trabalhadores fizeram manifestação na Avenida Almirante Barroso. Os rodoviários também aderiram à greve geral.
Tocantins
A Universidade Federal de Tocantins (UFT), em Palmas, fechou os portões para protestar.
Mato Grosso do Sul
Campo Grande amanheceu sem transporte coletivo. Terminais e pontos de ônibus ficaram praticamente vazios.
Piauí
Trabalhadores no transporte público e da rede estadual de ensino cruzaram os braços. Manifestantes protestaram na Praça da Bandeira e diante do Palácio de Karnak.
Pernambuco
Na capital, Recife, houve paralisação em linhas de ônibus e suspensão de aulas em universidades federais e privadas. A Linha Diesel (VLT) não terá operação.
Mato Grosso
Em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, as paralisações foram nos transportes, nas aulas e serviços.
Acre
Estudantes e sindicalistas protestaram na BR-364. O ato se concentrou em frente a uma das garagens de ônibus de Rio Branco.
Amazonas
Alunos e professores fecharam parcialmente a entrada da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus, para um protesto. No Centro Histórico, bancários se reuniram na Praça da Polícia. A mobilização teve a adesão dos trabalhadores de refinarias da Petrobras.
Amapá
Em Macapá, professores, técnicos e um grupo de estudantes da universidade federal (Unifap) participaram de um ato; as aulas na instituição foram suspensas.
Rio Grande do Norte
Em Natal, os ônibus não saíram das garagens.