Categoria reclama que os atuais dirigentes, empossados ilegalmente, não a representam de fato; CSB e FETRAMAG trabalham para que os movimentadores tenham uma direção comprometida com os interesses dos profissionais
A categoria representada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral do Sul e Extremo Sul da Bahia (SINTRASUL) tem enfrentado problemas de representação. São mais de 15 mil profissionais de cerca de 10 municípios, no sul da Bahia, que têm reclamado de atraso de salários, benefícios como o décimo terceiro que não vêm e acordos fechados sem que os interesses e as reivindicações sejam levados em conta. Além disso, a atual diretoria está em xeque por conta de irregularidades e da situação dos próprios trabalhadores.
A direção atual tomou posse de forma ilegal, por meio de uma liminar concedida há 4 anos. Em 2017, depois de uma eleição sem legalidade, uma Ação Civil Pública do Ministério Público do Trabalho destituiu a atual diretoria e determinou a realização de nova eleição, marcada para 9 de junho de 2018.
Com três chapas concorrentes, a atual gestão tentou impugnar a chapa 2, apoiada pela CSB. A alegação era de que Luis Carlos Santos Nascimento, que encabeça a chapa, não poderia concorrer já que, quando presidente do sindicato, não prestou contas.
No entanto, a chapa 2, com atuação conjunta da CSB e da Federação Estadual dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral (FETRAMAG), impetrou Mandado de Segurança pedindo a suspensão do pleito e a apuração dos fatos que cercaram o processo eleitoral, o que foi acolhido pela juíza da 2ª Vara do Trabalho, Nélia Maria Santos Hudson, que considerou haver elementos que “evidenciam a violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, e o indício de irregularidades”, comprometendo a lisura do pleito e trazendo “perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo”.
O vice-presidente da CSB e diretor da FETRAMAG, Sandro Jadir Albuquerque, explica que o período que motivou a ação é um momento que não corresponde ao que Luis Nascimento foi presidente. Desta forma, segundo Jadir, “foi fácil provar que a ‘denúncia’ não tinha sentido”. “A maior preocupação nossa é com a transparência do processo e com o exercício de liberdade que possa ser exercida pelo trabalhador sem intimidação, com discussão de ideia e compromissos com a categoria”, salienta o dirigente.
Para Albuquerque, é importante que o trabalhador entenda que a manifestação de qualquer um é livre, e o sindicato é um instrumento da categoria e deve ser valorizado e responsabilizado pelos rumos da categoria.
Luis Carlos Santos Nascimento frisa a importância da Central e do vice-presidente da CSB para todo o processo. “Eu estou na categoria há muito tempo, eu acompanho de perto, vejo as pessoas sem receber os benefícios, sem a escala e quando a chapa 2 foi impugnada, o Sandro fez uma defesa consistente para a comissão eleitoral e ainda assim sofremos resistência. Não desistimos e tivemos essa vitória na Justiça graças ao conhecimento que ele tem”, afirma.
Próximos passos
Uma nova audiência foi designada para o dia 19 de julho, quando serão definidos critérios para o pleito e nova data para a eleição. Tanto a CSB como a FETRAMAG acompanharão cada passo do processo. O vereador Luiz Carlos Escuta (PP) também participa das reuniões.
Na audiência serão decididos os trâmites para o processo eleitoral e caminhos para garantir que a escolha seja da categoria. Também será proposta uma junta governativa provisória para estar na frente administrativa nesse período.