Terceirizados de TRT e STF, funcionários da Qintess aprovam greve por direitos

Terceirizados do TRT, Ministério da Justiça, Natura e Caixa, funcionários da Qintess aprovam greve por atrasos de salários e direitos – Com mais de 2600 trabalhadores em SP, Grupo Qintess e Resource é alvo de denúncias de descontar IRPF e INSS sem repasse ao governo.

Na manhã desta sexta-feira (31), os trabalhadores do Grupo Qintess e Resource, associada à Brasscom, aprovaram por ampla maioria a decretação de greve em assembleia online realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd-SP).

A decisão ocorre após inúmeras denúncias de descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho. Dentre as principais ocorrências estão os constantes atrasos no pagamento de salários, férias, vale-refeição, vale-alimentação, vale-transporte, reembolso por quilometro rodado, banco de horas e no depósitos do FGTS.

Também foram recebidas denúncias de assédio moral contra os empregados que cobravam posicionamentos da empresa referente aos atrasos.

A empresa atualmente tem mais de 2600 trabalhadores em São Paulo e possui contratos com empresas como a Via Varejo, Natura, Raizen, IBM, Banco Santander, Banco Pan, Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

Além disso, a Qintess presta serviços na área de Tecnologia da Informação para órgãos como o Tribunal Regional do Trabalho, Procuradoria Geral do Estado de SP, Ministério da Justiça, entre outros.

Inúmeros trabalhadores demitidos ou que pediram demissão no último período também acionaram o Sindicato para cobrar o pagamento de verbas rescisórias em atraso pela empresa.

“O Sindicato buscou todos os meios de negociação com a empresa. Mas ficou claro pela postura e as denúncias dos trabalhadores que não se trata de um momento de dificuldade, mas de uma prática rotineira de desrespeito aos direitos dos trabalhadores.”, afirmou o presidente do Sindpd, Antonio Neto.

Por se tratar de setor essencial, o Sindpd está tomando todas as providências legais para o início da greve, como a notificação de todas as mais de 70 empresas e órgãos tomadores de serviço, agendando o inicio da paralisação para a meia-noite do dia 10 de abril, segunda-feira.

Durante a assembleia, foram apresentadas ao Sindpd denúncias de coação e assédio da empresa para evitar a greve. Por causa disso, o sindicato colocou um canal para o recebimento de denúncias via Whatsapp e e-mail à disposição dos trabalhadores.

Integrante da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o Grupo Qintess é comandado pelo CEO global Nana Baffour, que nas redes sociais enalte o compliance da empresa e a agenda social da empresa como a adesão ao Pacto Global dos Princípios de Empoderamento das Mulheres, promovido pela ONU Mulheres, e os compromissos com a sustentabilidade ambiental.

“Diante as denúncias de desrespeito aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras é possível afirmar que a prática da empresa é completamente diferente do marketing e da estética adotada”, completa Neto.

Leia também: Em ato contra juros altos, CSB cobra revogação das maldades da Reforma Trabalhista

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