As diversas forças políticas que apoiaram a candidatura de Tarcísio de Freitas para o governo de São Paulo continuam lutando por espaço na futura administração, em meio à primeira transição de governo em 27 anos. O mais recente palco do embate é a eleição da nova diretoria do Sebrae-SP, disputada por aliados de Gilberto Kassab (PSD) e pelo atual diretor-superintendente, Marco Vinholi (PSDB), que pretende continuar no cargo.
Com orçamento de cerca de R$ 675 milhões, o Sebrae é um das entidades mais cobiçadas para se assumir o controle.
A votação que definiria o próximo superintendente seria nesta terça-feira (29), mas foi cancelada por falta de quórum e não tem nova data definida. O adiamento foi considerado uma vitória da ala do PSD, já que não compareceram justamente os conselheiros mais próximo de Afif Domingues, braço direito de Kassab e coordenador da equipe de transição de Tarcísio.
A intenção era ganhar tempo para conseguir ao menos 7 do total de 13 votos para Guilherme Campos (PSD), aliados de Afif e o único indicado pela Fecomércio até sexta-feira (25). No entanto, o nome de Campos foi retirado no último instante e substituído pelo de Vinholi, presidente do diretório paulista do PSDB.
Para Afif, que já presidiu o Sebrae Nacional, Vinholi promove uma partidarização na unidade paulista desde que assumiu seu comando no final de junho deste ano, após pressão do governador Rodrigo Garcia. Ao menos quatro tucanos foram colocados em altos cargos na atual administração, além de outros que ocuparam postos mais baixos.
Oficialmente, o governador não tem poder de nomear o superintendente do Sebrae, pois possui apenas dois assentos no conselho que define a direção, mas é capaz de influenciar representantes de entidades como Fiesp, Fecomércio, Sindibancos e a Associção Comercial de São Paulo.
Tarcísio, no entanto, teria dito que não quer se envolver na disputa e prefere deixar que os conselheiros tomem suas decisões conforme acharem melhor, de acordo com apuração da Folha de S.Paulo. Porém, a neutralidade do governador eleito incomoda os tucanos, que esperavam apoio para continuar no comando.
Com informações de: Folha de S.Paulo
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