CSB parabeniza todos os trabalhadores ferroviários do Brasil
Em 30 de abril é comemorado o Dia do Ferroviário. Na data, em 1854 foi inaugurada a primeira linha ferroviária do Brasil. A ferrovia era um trecho de apenas 15 km ligando o porto de Mauá até Raiz da Serra, no Rio de Janeiro. A construção da linha férrea foi custeada pelo Barão de Mauá, que obteve o monopólio da linha por quatro anos.
Para Francisco Aparecido Felício (França), presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias Paulistas (Sindpaulista), as pessoas olham com desprezo para os trens e para o trabalhador ferroviário. “Pode não parecer, mas as estradas de ferro e seus trabalhadores já foram muito importantes para o desenvolvimento do nosso país. A história do Brasil, em diversos sentidos, caminhou sobre os trilhos dos trens, puxada pelas locomotivas”, disse o dirigente.
“Na década de 1950, o trem era o principal meio de transporte entre as duas maiores cidades do País: São Paulo e Rio de Janeiro. O trabalhador ferroviário era responsável por transportar mais de duas mil pessoas por final de semana. A ponte aérea surgiu apenas em 1959. Contudo não foram os aviões que contribuíram para o esquecimento das ferrovias. O incentivo que o presidente Juscelino Kubitschek deu às empresas automobilísticas foi a sentença de morte dos trens”, argumenta o presidente do Sindpaulista.
Segundo França, as ferrovias estão sucateadas em detrimento das rodovias. O País se afastou dos trilhos. “A construção de ferrovias era lenta para fazer o Brasil crescer “50 anos em cinco”, como ele queria. Em seis meses, você faz 500 quilômetros de estrada de terra. Isso em ferrovia leva três anos”, disse.
O dirigente também lembra que as duas primeiras bolas de futebol que chegaram ao Brasil foram utilizadas numa partida entre os funcionários da São Paulo Railway e os da Companhia de Gás. “Os ferroviários ganharam por 4 a 2. Nossa categoria fez e faz história dentro e fora dos trilhos”, afirma.
Ferrovias
Atualmente, a malha ferroviária do País é ineficiente. As ferrovias estão irregularmente distribuídas pelo território nacional. Enquanto a Região Sudeste concentra quase metade (47%) das ferrovias, as Regiões Norte e Centro-Oeste, juntas, concentram apenas 8%, de acordo com dados do Centro de Estudos e Pesquisas Ferroviárias (CEPEFER). O Brasil possui hoje 30 mil km de ferrovias para tráfego, o que dá uma densidade ferroviária de 3, 1 metros por km² – bem pequena em relação aos EUA (150m/km²) e à Argentina (15m/km²).
De acordo com França, o transporte é um dos elementos fundamentais para o desenvolvimento de um país. “O transporte ferroviário, em função de suas características que lhe proporcionam grande eficiência, consagrou-se como um veículo de transformação econômica, assumindo um importante papel estratégico na composição da matriz de transporte na maioria dos países do mundo. O Brasil tem perdido em eficiência logística por não investir em ferrovias. Além disso, os trens atualmente são o meio de transporte menos poluente e com menor impacto ambiental”, argumenta.
De acordo com dados do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), há investimentos previstos de R$ 100 bilhões para expansão da malha ferroviária brasileira até 2017. Sendo R$ 46 bilhões para transporte urbano sobre trilhos e mais R$ 57 bilhões do Plano de Investimentos em Logística (PIL) do governo federal, anunciado em agosto de 2012.