Desfiliação de Antonio Neto do PMDB repercute no Senado e na mídia

Senador Roberto Requião (PMDB-PR) leu carta do presidente da CSB em sessão do Plenário

Divulgada na manhã desta quarta-feira (4), a desfiliação do presidente da CSB, Antonio Neto, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) ganhou grande visibilidade no Senado Federal e na mídia nacional.

Durante sessão no Plenário da Casa, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) leu a carta protocolada que Neto enviou ao Presidente do PMDB, Romero Jucá. O dirigente fundamenta sua decisão, principalmente, por se declarar contrário às reformas em curso no Congresso (previdenciária e em especial a trabalhista), conduzidas pelo governo Michel Temer e apoiadas por grande parte dos parlamentares do PMDB (leia documento na íntegra).

Na carta, o presidente da CSB afirma que não há como “permanecer filiado ao Partido que, sob o comando de uma pequena cúpula, afronta o programa partidário; ignora os anseios e a vontade do povo; promove a destruição da Constituição de 1988; enxovalha a democracia duramente conquistada; desrespeita e desmoraliza os Poderes da República; rasga os direitos trabalhistas e sociais; avilta os direitos previdenciários e enterra os sonhos da construção de uma Nação mais justa e igualitária”.

Ao final da leitura, Requião disse que quer “acreditar que, num determinado momento, o PMDB vai acordar porque a Base do PMDB é semelhante à base social e não pode suportar mais esta violência absurda que é a reforma trabalhista; de uma inconsistência econômica absoluta e de uma violência contra direitos sociais jamais vista na história do País”.

O senador Paulo Paim cumprimentou Neto. “É um presidente de uma central e eu não esperava dele outra posição”, concordou. A notícia teve também importante espaço na mídia nacional. Entre os principais veículos que publicaram a desfiliação estão Folha de S.Paulo e Valor Econômico.

Corpo a corpo

Ainda no Senado, representantes da CSB estiveram na Casa para tratar de pontos negativos da reforma trabalhista, como o trabalho intermitente, autônomo e trabalho de mulheres grávidas em locais insalubres. Às 15h, eles foram recebidos pelo senador Cidinho Santos (PR/MT).

“Viemos pedir a sua sensibilidade nesse momento conflituoso em que a classe trabalhadora se sente prejudicada. Não é que nós achamos que não tem que haver reforma, mas é preciso um debate mais amplo de alguns pontos que não são convergentes”, afirmou o secretário de Formação Sindical da Entidade, Cosme Nogueira.

O senador afirmou que, ao contrário da Central, é a favor da reforma, mas que garantiu que as questões serão vetadas pelo presidente da República e modificadas por meio de Medida Provisória (MP).

Por 46 votos a favor e 19 contrários, foi aprovado ainda nesta terça o requerimento de urgência do PLC 38. Desta forma, a votação em Plenário da reforma trabalhista está prevista para o dia 11 de julho.

Os representantes da CSB permanecem mobilizados em Brasília até a próxima quinta-feira (6), com a presença do presidente Antonio Neto, do secretário-geral Alvaro Egea, Flávio Werneck, Francisco Moura, Joana Batista Lopes, Dianyeire Dias de Souza e João Alberto Araújo Fernandes, vice-presidentes, e dos secretários Cosme Nogueira (Formação Sindical), Juvenal Cim (Finanças), Itamar Kunert e Paulo Oliveira (Organização e Mobilização), Antonieta de Faria (Mulher Trabalhadora), Maria Barbara da Costa (Saúde), Alessandro Rodrigues (Comunicação), Ronildo Nogueira Palmere (Trabalhadores na Pesca), Jorge Antonio Nascimento (Servidores Públicos) e Cezar Amin Pasqualin (Profissionais Liberais).

Assista ao vídeo com o discurso do senador Roberto Requião:

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