Central dos Sindicatos Brasileiros

CSB discute crise com governo e patrões durante Fórum em Brasília

CSB discute crise com governo e patrões durante Fórum em Brasília

Vice-presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), o sindicalista José Avelino Pereira (Chinelo) representou a Entidade em Fórum realizado em Brasília, nesta quinta-feira (24), para discutir a atual situação do emprego, trabalho, renda e previdência social neste momento de crise enfrentado pelo País.

O Fórum reuniu dirigentes de todas as centrais sindicais, representantes da classe patronal e também do governo.  Foram levadas ao debate propostas para reversão da estagnação econômica que atinge o Brasil no momento – situação que reflete diretamente na classe trabalhadora.

Com base em dados reunidos pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a CSB e as demais centrais sindicais se mostraram preocupadas com a redução dos postos de trabalho nos últimos meses, superando a casa dos 600 mil; da renda da população e dos níveis de atividade econômica.

“O que os dados nos mostram é uma redução das atividades econômicas com retração do PIB (Produto Interno Bruto) e um grave encolhimento na demanda de consumo das famílias, muito por conta da inflação elevada, que reduz o poder de compra dos brasileiros”, diz Chinelo sobre os temas colocados em debate.

Dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e Região, ele afirma vivenciar na pele o drama dos trabalhadores, que têm enfrentado um duro período de demissões. “Atuamos numa região onde predominam indústrias de autopeças, que estão enfrentando sérias dificuldades devido à crise que afeta as montadoras automotivas do País”, diz.

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Durante as discussões em Brasília, representantes das três classes participantes também fizeram menções sobre o agravamento da situação econômica em virtude dos escândalos de corrupção que atingem a classe política e, especialmente, as grandes construtoras do Brasil, que, sem investimento público, estão demitindo grande parte de seus funcionários.

“A conclusão que chegamos, diante de tudo, é que para avançar diante desta crise é preciso ter consenso e diálogo tripartite entre representantes do governo, dos trabalhadores e do patronal”, diz Chinelo. “Temos que trabalhar em conjunto para reativarmos o crescimento do País de forma sustentável, com injeção de aporte no mercado interno de consumo, em investimentos por parte do governo, nas exportações, incremento da produtividade e, em especial, no emprego e renda”, avalia.

Para o representante da CSB no Fórum, a avaliação é de que as três partes envolvidas precisam trabalhar com o intuito de preservar e recuperar a demanda interna para a retomada do crescimento, tendo por base a promoção do emprego e renda; pelo financiamento do investimento e crédito ao consumo; o destravamento do investimento e a eversão da trajetória de perda da participação da indústria no PIB.

Diante disso, a curto prazo, a medida mais correta para a melhora da economia é a preservação do emprego e renda para o fortalecimento da demanda interna. A médio e logo prazo, o ideal seria melhorar a política macroeconômica que, em consonância com essas diretrizes, estimule a demanda, o investimento, a elevação da produtividade, o desenvolvimento industrial e produtivo.

“Colocamos um conjunto de proposta em discussão como colaboração para o enfrentamento da crise. Entendemos que a retração dos investimentos nos serviços que envolvem a Petrobras, de forma geral, por exemplo, tem contribuído muito para o atual cenário. A retomada do investimento, em especial do crédito para que as grandes empresas do País voltem a funcionar a pleno vapor, é um ponto comum de entendimento para que possamos atravessar este difícil período”, diz Chinelo.