Queda na venda de veículos e redução na exportação prejudicam mercado brasileiro
O número de veículos encalhados nos pátios de montadoras e concessionárias aumentou 11% em março, segundo balanço da Anfavea. Em volume, o número de veículos encalhados avançou de 348,9 mil para 387,1 mil unidades em um mês. A redução da venda de veículos do mercado interno e a crise argentina, que limitou as importações de veículos produzidos do Brasil, contribuiu para que as demissões nas montadoras e em empresas de autopeças aumentassem. Essa crise já atinge os trabalhadores metalúrgicos das cidades de Itatiba, Vinhedo, Itupeva, Louveira, Morungaba e Jarinu.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e Região, já são mais de 1,5 mil trabalhadores demitidos nas últimas duas semanas. Para o diretor financeiro do sindicato, José Avelino Pereira (Chinelo), a situação é alarmanet. “Estamos enfrentando um momento preocupante, pois a crise deflagrada em todo o país, nas montadoras de, está atingindo fortemente a região. Ainda, não sabemos se essa crise foi gerada pela redução na venda de veículos ou se é uma pressão das empresas para que o governo reduza os imposto e alavanque as vendas novamente”, avalia.
Segundo Chinelo, o sindicato tem dialogado com as empresas na busca de alternativas para evitar demissões. “Já temos na nossa região empresas que, inclusive, abriram processo de recuperação financeira. Precisamos encontrar uma solução para essa crise. Outras estão oferecendo a seus funcionários planos de demissão voluntária. Não é o que queremos. Precisamos que o governo e as empresas encontrem soluções que não prejudiquem os trabalhadores e nem a economia nacional ”, disse o sindicalista.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e Região, Igor Tiago Pereira, se não houver uma reação imediata do governo, a crise pode paralisar um dos setores mais importantes da economia brasileira. “A produção de carros, caminhões e o setor de autopeças é uma espécie de mola propulsora da economia. Quando as finanças dos brasileiros vão bem, eles investem em carros novos, o que movimenta esse mercado. Se há retração, significa que a nossa economia não anda bem das pernas, precisa de uma reação imediata”, afirma.