A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nesta quarta-feira (11), de reduzir a Selic em 0,75 ponto percentual foi importante para sinalizar uma tendência mais acentuada de diminuição do patamar dos juros no País. Ainda assim, o corte foi insuficiente para colocar a taxa básica de juros em níveis aceitáveis e saudáveis para a economia.
A Selic em 13% mantém o Brasil entre as nações com as maiores taxas de juros do mundo, o que causa dificuldades tanto para os consumidores quanto para o setor empresarial. Neste momento em que o País luta para reativar a sua economia, os juros altos jogam contra, dificultando os investimentos das empresas, reduzindo o poder de compra das famílias e tornando mais caro o crédito tanto para os cidadãos como para as companhias que estão em fase de recuperação.
Os dados oficiais do IPCA de 2016 mostraram que, embora ainda esteja em patamares elevados, a inflação começou a recuar e já ficou abaixo do teto da meta. Diante disso, o Banco Central acerta ao ampliar o ritmo de redução nos juros, mas precisa manter em seu foco a visão de que a Selic ainda é muito elevada.
Por isso, esperamos que em sua próxima reunião, o Copom volte a efetuar um corte significativo dos juros, para que o Banco Central dê sinais claros à sociedade de que está agindo de maneira efetiva e rápida para colaborar com o fim da crise. Só assim o setor produtivo voltará a se movimentar com vigor e, consequentemente, milhões de brasileiros que hoje estão desempregados conseguirão retornar ao mercado de trabalho.
ANTONIO NETO
Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)