Copom aumenta a Selic para 11% ao ano

Comitê de Política Monetária elevou a taxa básica de juros em 0,25%; reajuste é o nono consecutivo

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, elevar nesta quarta-feira, dia 2, a Selic – taxa básica de juros da economia brasileira – de 10,75% para 11%. É o maior índice desde janeiro de 2011.

A alta é a nona consecutiva, a terceira do ano de 2014, e ocorre em meio às pressões pelo nível da inflação acima do esperado. Para 2014, a meta do governo para a inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. No entanto, segundo a pesquisa Focus, a inflação está entre 6,30% e 6,42%, ou seja, acima do esperado. De acordo com o Banco Central, a alta da inflação se deve à depreciação cambial do real ocorrida nos últimos semestres. A alta do dólar interfere diretamente nos custos de vida dos brasileiros.

A trajetória de aumento que vem sendo adotada nas últimas reuniões deve continuar, segundo analistas. Para o presidente da CSB, Antonio Neto, aumentar a taxa, que já está em 11%, é um erro para a política econômica do País.

“Estamos passando por um momento no qual se deve priorizar o crescimento econômico e a manutenção da geração de emprego. Continuar com a trajetória de aumento da Selic implicará  a redução de investimentos no setor produtivo e aumento do dinheiro desperdiçado com a especulação financeira. O que caminha na contramão da necessidade atual do Brasil”, afirma Neto.

Com a decisão desta quarta do Copom, o Brasil se mantém na primeira posição no ranking mundial de juros reais (com 4,25% ao ano) feito pelo MoneYou. Os juros reais são calculados após o abatimento da inflação prevista para os próximos doze meses. Em segundo e terceiro lugares, aparecem a Argentina (3,7% ao ano) e a China (3,41% ao ano).

Fatores que pressionam a inflação

Segundo economistas, em 2014 haverá uma pressão maior sobre os chamados “preços administrados” (ônibus interestaduais, energia elétrica, água, planos de saúde e telefonia, entre outros), visto que em 2013 houve crescimento menor com a retenção de alguns reajustes – como as tarifas de ônibus.

A política fiscal, responsável pela condução dos gastos públicos, tem sido outro fator de pressão. Mesmo que o governo escolha ser mais zeloso com o dinheiro público neste ano, não sobra espaço para colaborar com a queda da inflação. Como tentativa de conter a inflação, o governo federal anunciou essa semana que não deve aumentar o valor da gasolina até outubro.

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