Comércio parabeniza corte da Selic; trabalhadores e Indústria querem mais cortes

De modo geral, representantes de todos os setores produtivos acreditam que o corte de 0,75 ponto percentual da Selic, a taxa básica de juro, foi bem-vindo.

Entretanto, especialmente para a indústria e a classe trabalhadora, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) deveria promover uma redução mais intensa, para acelerar a retomada do crescimento econômico

Para os representantes do comércio no Brasil, a redução da Selic já era algo esperado e deverá contribuir para a retomada de um crescimento econômico mais vigoroso.

A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), por exemplo, avaliou como muito positiva mais uma redução da taxa básica de juros e estima que este seja apenas o primeiro passo no sentido de consolidar uma política fiscal que impulsione o crescimento da economia a longo prazo.

O presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Rogério Amato, concorda e diz que a decisão do Copom “é extremamente positiva e se justifica tendo em vista não apenas a continuidade do cenário internacional de grande incerteza, como, especialmente, os indicadores recentes da economia brasileira”.

A Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), por sua vez, também considerou acertada a decisão da entidade governamental e comemorou o fato de que, pela segunda vez na história, a Selic se encontre no patamar de um dígito (9,75% ao ano).

Indústria acredita que ainda há espaço para novos cortes

Apesar de avaliar como positiva a decisão do Copom, os representantes da indústria, de modo geral, acreditam que ainda há espaço para novos cortes na taxa básica de juros.

Ao avaliar a redução da taxa Selic, a CNI (Confederação Nacional da Indústria), um dos principais representantes da indústria, afirmou que a queda de 0,75 ponto percentual é “indispensável para enfrentar o quadro atual de enfraquecimento da atividade econômica brasileira, em especial da indústria”. Ainda assim, a Confederação acredita ser fundamental executar uma política fiscal não expansionista, o que proporcionaria maior espaço para cortes adicionais nos juros.

Na opinião de Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), “o governo precisa implantar um conjunto de medidas que seja capaz de mudar qualitativamente a situação da competitividade do Brasil”.

A Fiesp, diz ele, avalia como positivo o corte da Selic anunciado na última quarta-feira (8), porém acredita que o mesmo chegou atrasado e, sozinho, é insuficiente para impulsionar a economia do país.

Consideração parecida tem a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), para quem a intensificação do processo de redução da taxa básica de juros, face o baixo desempenho da indústria brasileira em 2011, foi bem-vinda. Porém, ressalta a entidade, não é suficiente. “Juros mais baixos devem ser acompanhados de um choque de competitividade”.

Trabalhadores: redução “extremamente tímida”

A Força Sindical mantém a mesma avaliação dos cortes anteriores na Selic. Para eles, a redução 0,75 ponto percentual é “extremamente tímida” e insuficiente para aquecer o consumo, gerar empregos e melhorar o PIB (Produto Interno Bruto).

O dirigente sindical da CSP (Central Sindical de Profissionais), Antonio Neto, também avalia a trajetória de redução da Selic como tímida e diz que o governo e sua equipe econômica devem ser mais ousados para evitar que o PIB 2012, embora positivo, “tenha o gosto amargo” sentido com os números do ano passado.

“O corte mais acentuado dos juros é o melhor remédio para o governo conter a enxurrada de dinheiro especulativo em nossa economia, dando maior competitividade para setores da indústria, que definham diante da valorização artificial da nossa moeda”, diz.

Por fim, a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) ressalta que o Brasil continua com uma das maiores taxas de juros do mundo e que o governo deve promover cortes mais profundos para acelerar a retomada de crescimento da economia.

Fonte: Info Money

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