BRASÍLIA – Representantes de centrais sindicais se reuniram com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta quarta-feira e elevaram o tom contra a reforma da Previdência. Em resposta aos apelos, o parlamentar do DEM afirmou que continuará trabalhando para que saia do papel a proposta de emenda constitucional (PEC), que tem a previsão de ser discutida a partir de 19 de fevereiro. Admitiu, contudo, que, se não conseguir ampliar o apoio ao texto do relator Arthur Maia (PPS-BA), pode retirar o projeto da pauta do plenário da Casa.
Participaram da reunião representantes da Força Sindical, da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST).
Segundo o presidente da CSB, Antonio Neto, que participou das conversas, as centrais afirmaram a Maia que a sociedade não quer a reforma, que o governo não tem votos e que os parlamentares já estão conscientes de que não “devem fazer essa mexida” e que o assunto deve ser discutido durante as eleições.
“O presidente Rodrigo Maia nos disse que não tem os votos e que vai tentar consegui-los. Ele afirmou ainda que, se não conseguir o número de votos [necessários para aprovar a reforma], vai retirar a proposta da pauta”, explicou Neto.
“Nós fizemos um apelo de que é melhor para o Brasil que ele retire a reforma da pauta. O governo não tem votos na Câmara e fala que conta com um apoio que nós não concordamos. Acredito que não tem nem 150 votos. É ruim para o Brasil uma derrota acachapante, porque a bolsa vai cair 10%, o dólar vai subir, será muito ruim para a economia”, disse o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulinho da Força (SD-SP), acrescentando que o tema deve ser debatido durante o processo eleitoral.
Fonte: Por Marcelo Ribeiro | Valor – adaptado