Central dos Sindicatos Brasileiros

Centrais sindicais brasileiras e federação de sindicatos da China reúnem-se em SP

Centrais sindicais brasileiras e federação de sindicatos da China reúnem-se em SP

As centrais sindicais brasileiras promoveram um evento de intercâmbio sindical com uma delegação da Federação Nacional dos Sindicatos da China (ACFTU), maior federação sindical do mundo. O encontro, realizado em São Paulo nesta segunda-feira (15), foi organizado pela CSB, CUT, CTB, Força Sindical, NCST e UGT e teve como tema o fortalecimento da luta, da amizade e da solidariedade dos trabalhadores e dos povos de Brasil e China.

Dentre os tópicos abordados, destacaram-se o enfrentamento da crise climática global, que tem gerado efeitos catastróficos para os trabalhadores e as trabalhadoras, a regulamentação do trabalho por aplicativos e um processo de formação contínua entre dirigentes sindicais brasileiros e chineses.

Primeiro-secretário da ACFTU, Xu Liuping fez a abertura do evento e comentou sobre a revolução tecnológica a qual a China passou nos últimos anos. “Temos a modernização da nossa indústria como diretriz do nosso projeto de desenvolvimento nacional”, afirmou.

Aproximação Brasil x China

O dirigente sindical chinês lembrou que o país asiático está cada vez mais aberto para parcerias com países estrangeiros, como o Brasil, frisando a importância de acordos comerciais bilaterais entre os dois países.

Atualmente, o Brasil vive um novo ciclo de investimentos da China em setores estratégicos da economia nacional, como no setor elétrico, na indústria têxtil e no agronegócio. Em 2024, completam-se 50 anos das relações entre Brasil e China no âmbito diplomático e comercial. Projetos de desenvolvimento sustentável e a chamada “Indústria verde” estão entre as prioridades do país asiático.

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O dirigente da ACFTU mencionou a presença do presidente Lula na última semana na inauguração de uma nova planta de processamento de carne bovina para exportação de carne para a China. Em março, a China habilitou 38 novos frigoríficos para receber carne importada do Brasil. O total de plantas brasileiras habilitadas para operar no parceiro da Ásia passou de 107 para 145.

Segundo o Palácio do Planalto, somadas, essas unidades vão gerar um incremento de R$ 10 bilhões na balança comercial brasileira ao longo dos próximos 12 meses.

“Uma pequena ação (parceria com frigoríficos) dentro da integração entre Brasil e China, mas para quem está lá, naquelas cidades, no interior do Brasil, trabalhando naquela empresa, sabendo que o seu empregador conseguiu um novo mercado, aquilo representa melhor salário, melhor condição de vida, representa desenvolvimento social local. São pequenas ações que transformam a classe trabalhadora, que fica mais unida e acreditando nos frutos que essa parceira Brasil-China pode trazer”, apontou Aelson Guaita, secretário de Relações Internacionais da CSB.

Prosperidade comum a todos os povos

Xu Liuping disse que o desenvolvimento precisa gerar prosperidade comum a todos os povos e defendeu a criação de uma comunidade internacional “onde todos os povos tenham voz”. Ele explicou que, tal como o Brasil, a China também está atenta às transformações nas relações de trabalho e que o seu país está debruçado sobre a questão dos trabalhadores de plataformas de aplicativos. Por lá, o aumento da brigadas de inspeção para fiscalizar as empresas mais de perto é uma das medidas que estão sendo implantadas.

O presidente da CSB, Antonio Neto, ressaltou a importância de uma parceria do Brasil com a China em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). “A parceria com a China em ciência, tecnologia e inovação é crucial para modernizar o Brasil e fortalecer a nossa capacidade de inserção cada maior na dinâmica do mundo. O Brasil olha para o continente asiático a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo”, disse.

Neto também defendeu a criação de um Grupo de Trabalho (GT), coordenados pelas embaixadas e os movimentos sindicais, para acompanhar a relação Brasil-China nas relações comerciais e nos investimentos “para que juntos, possamos crescer cada vez mais”.

Além dos presidentes das centrais sindicais, a delegação chinesa no encontro foi formada por:

– ZHANG Liang – Secretário do Comite do Partido do Sindicato, Vice-Presidente do Sindicato Municipal de Sindicatos de Pequim – ACFTU
– LV Guoquan Diretor do Escritório Geral da ACFTU
– MA Jin Diretor do Departamento Internacional da ACFTL
– FENG Yongguang Vice-Chefe da Divisão de Políticas do Escritório de Pesquisa da ACFTU
– ZHANG Mengmeng Vice-Chefe da Divisão das Américas do Departamento Internacional da CFTU
– JIA CHEN, Diplomata, Embaixada da China no Brasil

Sobre a ACFTU

A ACFTU é a maior federação sindical do mundo, com 302 milhões de membros em 1.713.000 organizações sindicais primárias. A ACFTU está dividida em 31 federações regionais e dez sindicatos industriais nacionais.

Fotos: Imprensa CSB