Câmara aprova orçamento de guerra sem compromisso de manutenção de empregos

A proposta segrega cerca 700 bilhões para o combate ao coronavírus

A Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno, por 481 votos a 4, o texto-principal da proposta de emenda à Constituição (PEC) do orçamento de guerra. Foram contrários os deputados Cezinha Madureira (PSD-SP), Gilberto Nascimento (PSC-SP), Glauber Braga (Psol-RJ) e Átila Lira (PP-PI).

O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), agendou a votação em segundo turno para terça-feira (5), às 11h.

A proposta segrega cerca de R$ 700 bilhões do orçamento de 2020 para ações de combate ao coronavírus e permite ao Banco Central (BC) fazer compra direta de créditos, sem a intermediação de instituições financeiras.

O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) apresentou mais cedo nesta segunda-feira (4) versão atualizada do relatório da PEC (íntegra).

Duas mudanças foram feitas em relação ao texto aprovado pelo Senado. Como são supressões e não modificações de mérito, o texto não precisa voltar para análise dos senadores. Uma delas foi a retirada do trecho que obrigava as empresas beneficiadas pela matéria a não demitirem.

Outra alteração foi a exclusão do artigo que especificava quais tipos de créditos o BC podia fazer compra. Desta forma, o rol de possibilidade de compra do BC é ampliado.

As mudanças feitas pelo relator foram votadas de forma separada e aprovadas por 326 a 143 votos.

Pontos rejeitados

Os deputados rejeitaram os 8 destaques ao texto, que visavam modificar o texto principal. A maioria deles limitava a ampliação do poder do BC na compra de créditos ou retirava totalmente este trecho da PEC. O relator solicitou rejeição dos destaques, sob a justificativa de que eles poderiam levar o texto de volta ao Senado.

Um dos objetivos do texto – idealizado pelo presidente da Câmara,Rodrigo Maia (DEM-RJ) – é autorizar o governo a fazer gastos relacionados à pandemia sem ter de atender à limitação pela regra de ouro, que impede a União de gerar dívida para despesas correntes sem previsão orçamentária.

Desse modo, o Executivo fica liberado para destinar recursos ao Ministério da Saúde e adotar outras ações emergenciais em meio à crise do coronavírus sem o risco de incorrer em crime de responsabilidade fiscal, o que poderia ensejar inclusive um pedido de impeachment.

A proposta também pretende dar agilidade à execução de despesas com pessoal, obras, serviços e compras do governo durante o estado de calamidade pública.

Senado limita ampliação de poder do BC

O relator no Senado, Antonio Anastasia (PSD-MG), apresentou no dia 15 de abril  a última versão de seu parecer (íntegra) e acatou  restrições sobre a atuação do Banco Central na compra direta de crédito, além das já previstas no relatório anterior.

Anastasia atendeu a pedidos da oposição para que as empresas beneficiadas com esses créditos não usem os recursos para pagar lucros e dividendos de seus acionistas. O ponto referente à atuação da autoridade monetária foi o que suscitou mais debate entre os congressistas.

Anastasia também excluiu do texto a criação do Comitê Gestor da Crise, que seria presidido pelo presidente Jair Bolsonaro. O senador de Minas Gerais considera não haver necessidade de criação de um grupo para gerenciar o orçamento de guerra, já que pela Constituição Federal o Executivo já tem essa prerrogativa.

Via: Congresso em Foco

Compartilhe:

Leia mais
4 encontro sindical fespume-es
Federação dos Servidores Municipais do ES (Fespume-ES) realiza 4º Encontro Sindical
aumento emprego entre mulheres
Número de mulheres com carteira assinada aumenta 45% em um ano
nota centrais sindicais contra plano golpista
Nota das centrais sindicais: "União contra o golpismo e pela democracia"
Antonio Neto Sindis
Antonio Neto: Sindicatos devem aproveitar tecnologias e se adaptar para sobreviver
empresa obriga mãe voltar ao trabalho recém-nascido
Empresa é condenada por obrigar mãe a voltar ao trabalho uma semana após dar à luz
semana 4 dias de trabalho aumento produtividade
Empresa aumenta em 20% a produtividade ao adotar semana de 4 dias; Brasil testou modelo
Antonio Neto 3 congresso cspm
3º Congresso da CSPM: Antonio Neto fala sobre necessidade de adaptação dos sindicatos
escala 6x1 prejudica saúde mental
Escala 6x1 prejudica saúde mental e produtividade dos trabalhadores, diz especialista
ministra esther dweck defende estabilidade do servidor público
Estabilidade do servidor é pilar de defesa do Estado, diz Esther Dweck em resposta à Folha
CSB no G20 Social
CSB defende fim da escala 6x1 e proteção aos direitos dos trabalhadores no G20 Social