BC reduz previsão de crescimento do PIB de 2013 para 2,5%

Expectativa anterior da autoridade monetária era de uma expansão de 2,7%. Nova previsão do BC está em linha com mercado financeiro e Fazenda

O Banco Central reduziu nesta segunda-feira (30), por meio do relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano, sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 2,7% para 2,5%. Em 2012, a expansão do PIB foi de 0,9% e, no ano anterior, de 2,7%.

A previsão do BC para a expansão do PIB de 2013 está um pouco acima do que estima o mercado financeiro, cuja expectativa de alta, feita na semana retrasada, é de 2,4% para este ano. A estimativa oficial de crescimento do PIB do governo federal, que consta no orçamento deste ano, por sua vez, também está em 2,5%.

Resultado do PIB de abril a junho
O BC lembrou que o PIB brasileiro registrou expansão de 1,5% no segundo trimestre deste ano, valor que ficou acima das expectativas dos economistas – com destaque para a alta dos investimentos no período.

“Esse resultado apoia a visão de que estaria em curso mudança
na composição da demanda agregada. Nesse sentido, o consumo continuará em crescimento, porém, em ritmo mais moderado; e, em contrapartida, os investimentos e as exportações líquidas ganhariam impulso”, avaliou o BC.

Desaceleração no terceiro trimestre
Apesar da forte expansão de 1,5% do PIB de abril a junho deste ano, contra os três meses anteriores, a autoridade monetária informou que “indicadores antecedentes” apontam para desaceleração da economia no terceiro trimestre deste ano.

“Nesse sentido, por exemplo, aponta a retração na produção industrial em julho. Citem-se, ainda, os níveis relativamente baixos da confiança de empresários e famílias e a instabilidade dos mercados financeiros. Por outro lado, a atividade doméstica tende a ganhar tração no último trimestre deste ano”, acrescentou o BC.

Medidas de estímulo
No decorrer do ano passado, o governo anunciou uma série de medidas para estimular a economia, como a redução do IPI para linha branca e automóveis, além do corte dos juros básicos da economia, do aumento do dólar e da redução em mais de R$ 100 bilhões dos chamados depósitos compulsórios.

O governo também reduziu, no ano passado, o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento à desoneração da folha de pagamentos, que já conta com mais de 40 setores beneficiados, liberou mais crédito para os estados, anunciou um programa de compras governamentais de R$ 8,4 bilhões, e também tomou medidas de defesa da concorrência.

As medidas de estímulo tiveram por objetivo combater os efeitos da crise financeira internacional na economia brasileira. A crise, atualmente, ainda tem mostrado efeitos na Europa, ao mesmo tempo em que a China tem registrado expansão inferior aos últimos anos. Nos Estados Unidos, há sinais de uma pequena aceleração da economia.

Com o aumento da inflação neste ano, o governo já começou a reverter algumas das medidas de estímulo adotadas – como a queda de juros que prevaleceu em 2012. Neste ano, os juros já subiram em quatro oportunidades, para 9% ao ano. Além disso, o governo também começou a recompor o IPI da linha branca.

Componentes do PIB
Segundo o BC, a produção agropecuária deverá crescer 10,5% neste ano, contra a expectativa anterior do BC de uma alta de 8,4% em 2013.

“O aumento anual da produção da indústria está estimado em 1,1% (1,2% no último relatório), resultado de variações respectivas de -2,8%, 1,5% e 1,9% nas indústrias extrativa, de transformação e da construção civil (-3,1%, 2,3% e 1,1% na estimativa anterior)”, acrescentou o BC.

Já o crescimento do setor de serviços em 2013 está projetado em 2,3%, contra 2,6% de expansão no relatório anterior, feito em junho deste ano.

“No âmbito da demanda agregada, ressalte-se a redução, de 2,6% para 1,9%, na projeção para o consumo das famílias, compatível com a moderação do mercado de trabalho. A projeção para o consumo do governo passou de 2,4% para 1,8% e a relativa à formação Bruta de Capital Fixo (investimentos), de 6,1% para 6,5%”, avaliou a autoridade monetária.

A contribuição da demanda interna para a expansão do PIB em 2013 é estimada em 3,5 pontos percentuais e a do setor externo, em -1 ponto percentual.

Fonte: G1

Compartilhe:

Leia mais
centrais sindicais no g20 social rio de janeiro
G20 Social: centrais sindicais lançam documento com propostas para redução das desigualdades
Antonio Neto fala sobre Sindplay no Sindimais 2024
Sindplay é destaque de inovação no Sindimais 2024: 'na crise emergem as grandes ideias'
Chapa 1 fenapef
Chapa 1 vence eleição para diretoria da Fenapef com 62% dos votos válidos; veja resultados
STF pauta ações trabalhistas
Servidores públicos podem ser contratados via CLT e outros regimes, valida STF; entenda
reunião juizes de paz bahia csb
CSB-BA apoia regulamentação da profissão de juiz de paz em reunião com governo do estado
pesquisa prioridades profissinais de TI Fenati
Fenati chama profissionais de TI para definir prioridades de atuação dos sindicatos; saiba
juros altos famílias endividadas
Juros altos mantêm famílias endividadas, diz CNC; Copom deve elevar Selic
audiencia ministério do trabalho prevenção acidentes motociclistas
Audiência no MTE discute prevenção de acidentes com motociclistas profissionais
Debate ALMG PL 2238 servidores Ipsemg
Na ALGM, Sindicato dos Servidores do Ipsemg defende valorização da carreira
Luiz Marinho nega mudança seguro-desemprego
"Deveriam estudar legislação", diz Marinho sobre ideias que mudariam seguro-desemprego