A CSP é uma central sem subordinação a interesses partidários, diz vice-presidente

Em entrevista, Luiz Sergio fala sobre os princípios da central e lista os principais desafios para os próximos anos

O presidente da Federação dos Contabilistas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, Luiz Sergio da Rosa Lopes, foi eleito 1º vice-presidente da Central Sindical de Profissionais (CSP), entidade que atualmente representa mais de 300 sindicatos em todo o país. Em entrevista, Lopes falou sobre os principais desafios, objetivos, diferenciais e próximas ações da CSP e ainda comentou problemas atuais, como contribuição sindical,
inflação, juros e o fator previdenciário.

Leia a entrevista na íntegra:

Quais são os principais desafios da CSP nesse ano?

A inclusão da CSP no conjunto das centrais sindicais reconhecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é o grande desafio a ser enfrentado pela central. Com isso, poderemos participar dos órgãos de deliberação coletiva de interesse dos trabalhadores e ter maior representatividade em assuntos nacionais.

Qual é o diferencial da CSP?

A democracia. A CSP é uma central sem subordinação a interesses partidários. Os seus diretores podem e devem ter filiação partidária, mas a central é plural, aberta a novas ideias e disposta a lutar a favor das causas de todos os filiados. Trata-se de um espaço que permite discussões livres de qualquer tipo de pressão política. A única restrição é que
todo assunto tratado deve respeitar a Carta de Princípios da CSP, documento que
elenca as principais premissas e compromissos da central.

Em curto e médio prazo, quais são as próximas ações da CSP?

Além de nossos esforços para que a CSP seja uma central oficialmente reconhecida, vamos trabalhar em defesa de cinco causas importantes: unicidade sindical; consolidação das leis de trabalho (o que garante direitos mínimos aos trabalhadores); combate à desindustrialização do país, fortalecimento da indústria nacional e luta pela constante ampliação da oferta de empregos.

Qual é a importância da contribuição sindical para a organização do sindicato?

A contribuição sindical é essencial para a sobrevivência da maioria dos sindicatos. No universo sindical, não há apenas sindicatos que representam grandes categorias. Cerca de 80% dos sindicatos brasileiros organizam categorias pequenas. Essa maioria depende da contribuição sindical para oferecer serviços importantes para seus associados, tais como assistência médica e dentária.

O que a central pode fazer para melhorar a vida dos aposentados?

A CSP irá continuar a reivindicar o cumprimento de todos os direitos dos aposentados negados pela Previdência, em conjunto com as entidades da classe. Um exemplo é o que aconteceu com aqueles milhões de aposentados que se filiaram compulsoriamente há 30 ou 40 anos. O que foi acordado pela Previdência não é o que ela oferece hoje. Ao romper unilateralmente o contrato, a Previdência praticou um estelionato, prometeu uma coisa, cobrou por isso, mas não cumpriu. A expressão maior disso é a desavergonhada política de reajustes das aposentadorias. Foi o Estado que administrou a previdência, portanto, cabe a
ele suportar o prejuízo que causou.

Em sua opinião, o Banco Central está acertando em baixar os juros? O Governo conseguirá controlar a inflação?

Baixar os juros tem o objetivo de financiar a produção com capital financeiro de menor custo, assim como incentivar o consumo com o crédito pessoal mais barato.

Se a indústria tem capital de giro mais barato, em tese, o custo do produto será menor. Se o consumidor passar a ter maior poder aquisitivo, devido ao credito com custo menor, ele comprará mais.

Mas não é bem assim. Se a indústria, apesar do credito barato, mantiver seus preços (por ganância, reposição de perdas passadas, tecnologia ultrapassada ou outros motivos) a oferta continua a mesma.

Se a procura aumenta por parte do consumidor, por ter mais crédito barato, temos a chamada inflação de demanda, ou seja, os produtos ficam mais caros porque a quantidade de consumidores é superior à quantidade de produtos à venda, dessa forma, comprará quem se dispuser a pagar maior preço. Podemos assim concluir que baixar juros não significa controlar inflação. É um dos componentes da equação. A redução gradual dos juros tem o objetivo de tornar a nossa economia mais competitiva e monitorar a demanda.

O Banco Central é o guardião da moeda, dispõe de todos os instrumentos e informações para levantar, acompanhar, estimar, prever e traçar o melhor caminho para evitar tormentas na economia, segundo a teoria das probabilidades. Acredito que o Banco Central pode, sim, controlar a inflação.

Fonte: CSP

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