Mais de 300 trabalhadores terceirizados já foram demitidos do aeroporto de Guarulhos (SP) por justa causa após a realização de um protesto e a paralisação das atividades por 20 horas em 3 de outubro, informou o portal Brasil de Fato.
O ato protestava contra a proibição do uso do celular pessoal durante o expediente no terminal de cargas, nas áreas restritas, áreas controladas dos terminais de passageiros e locais de movimento de aviões. A nova regra entrou em vigor em 1º de junho, publicada em uma portaria assinada pelo delegado da Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos, Mario de Marco Rodrigues de Sousa.
O argumento é que se trata de uma medida de segurança, após o caso de duas brasileiras que foram presas na Alemanha porque tiveram suas bagagens trocadas por funcionários do aeroporto e acabaram transportando drogas até o país europeu.
A proibição causou revolta dentre os trabalhadores, que argumentam que é injusto que sejam tratados como criminosos e punidos por ações isoladas de outras pessoas. Além de demitidos, eles estão sendo chamados a depor na Polícia Federal.
No protesto, funcionários de empresas como WFS Orbital, Swissport e Dnata circularam pelo aeroporto carregando uma faixa com os dizeres “Somos trabalhadores, não somos bandidos – Libera o celular”.
De acordo a reportagem, os funcionários relataram que ficavam cerca de duas horas na fila para entregar o celular e que, para bater o ponto no horário correto, precisavam chegar ao trabalho muito antes apenas para isso.
Eles reclamam também que não podem ficar o dia inteiro sem comunicação com a família, pois muitos têm filhos pequenos, especiais e pais idosos.
Além disso, afirmam que funcionários da Receita e da Polícia Federal usam celulares nas áreas proibidas, e questionam a restrição para apenas uma parte dos trabalhadores.
Segundo a matéria, há até mesmo o caso de um trabalhador que não participou da manifestação pois estava de férias, mas foi demitido mesmo assim.
A GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto, informou ao Brasil de Fato que “cumpre as determinações dos órgãos competentes” e que o tema deve ser abordado com as empresas terceirizadas que prestam serviço para as companhias aéreas.
Com informações de: Brasil de Fato
Foto: Frankley Alves
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