CSB homenageia a categoria que se dedica a cuidar da saúde, da prevenção de doenças e do bem-estar do brasileiro
O dia 12 de maio, além de celebrar o Dia do Enfermeiro, marca o Dia Mundial do Enfermeiro, em referência ao nascimento de uma enfermeira pioneira no tratamento a feridos de guerra – Florence Nightingale. A profissão, hoje regulamentada, nasceu voluntária: as primeiras enfermeiras ajudavam nos partos e cuidavam das vítimas das guerras gratuitamente. De acordo com dados Conselho Federal de Enfermagem, existem no País cerca de 1,6 milhões de profissionais.
Também é uma data que serve de estímulo para as reivindicações de enfermeiros, técnicos e auxiliares em enfermagem. A categoria pede a regulamentação da jornada de trabalho, prevista no projeto de Lei 2295/00, que reduz de 44 para 30 horas semanais. A lei está em tramitação na Câmara dos Deputados desde 2000, e em 2016 foi apensada ao PL 6091, que está em apreciação pela Câmara. Há 16 anos a categoria luta pela regulamentação.
Segundo Maria Barbara da Costa, secretária da saúde da Central e presidente da Federação dos Empregados em Estabelecimento de Serviços de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, o objetivo é promover um amplo debate a respeito das condições de trabalho dos profissionais de enfermagem, bem como tratar da regulamentação da sua jornada de trabalho.
Para Maria Barbara, o processo de trabalho na área da saúde pode ser muitas vezes repleto de tensões e contribuir para a precariedade das condições de trabalho e sobrecarga dos trabalhadores, o que contribui para aumento de falhas e afastamentos. “A redução na jornada de trabalho é só a ponta do iceberg. É necessário que seja feita uma pesquisa sobre o perfil psicológico e familiar desse profissional, pois são fatores que afetam diretamente o rendimento e a qualidade do trabalho. Há muitos casos em que o estresse acumulado, junto com problemas de ordem familiar, contribuíram para a redução da atenção ao trabalho e desequilíbrio físico e emocional”, afirma.
Maria Barbara destacou que o ano de 2017, além das reivindicações específicas da categoria, é um período de lutar contra os retrocessos trabalhistas. “Estamos em época obscura, onde os trabalhadores têm medo de protestar, de lutar e de reivindicar pelo o que é seu por direito. Eu vivi na época ditadura, não pensei que viveria para ver um mundo pior que aquele, e isso que estamos vivendo, de ameaças à integridade do trabalhador, é muito pior. A ordem do governo é precarizar, e quem ganha com isso é o empresário e as classes mais abastadas. Eu agradeço por já estar aposentada, mas e a juventude e os demais trabalhadores como ficam? Temos que ter união e lutar juntos”, concluiu.